“Apanhava e depois recebia amor”, diz Duda Reis: o que é ciclo da violência

Numa série de vídeos em sua rede social, Duda Reis, 18, revelou ter sofrido agressões físicas durante o relacionamento com o cantor Nego do Borel, e que, por isso, vai registrar um Boletim de Ocorrência contra ele. “Eu apanhava, e depois recebia amor. Então eu tinha medo. Eu fiquei três anos achando que amor era você apanhar, e depois receber um beijo”, disse.

Em outros posts, a modelo disse que estava cega. “Eu acreditava piamente nas mentiras da pessoa. Eu acreditava. Eu era refém, eu tinha medo de falar, eu me sentia ameaçada e agora vem esse tanto de gente me mandando mensagem de situações que aconteceram quando eu estava ali, quando eu ficava em casa. Que sensação horrível!”, disse ela referindo-se às traições do ex-companheiro.

A situação vivida por Duda é o que especialistas chamam de ciclo da violência. Em seu manual de conduta para cobertura de violência contra mulher, Universa explica o que é esse conceito, criado na década de 1970. É um padrão encontrado na maior parte dos casos de violência doméstica, especialmente entre casais. E compreender esse ciclo ajuda a entender a dinâmica das relações violentas e a dificuldade de a mulher sair dessa situação.

O ciclo da violência é caracterizado por três estágios. O primeiro configura o aumento da tensão: o agressor se mostra irritado, fazendo ameaças, injúrias e reclamações exageradas sobre a rotina ou atitudes da companheira, que busca acalmá-lo para evitar a evolução para segunda fase, que é o momento de explosão.

Esse segundo momento é marcado por um episódio violento, que pode ser uma agressão física, sexual, psicológica, patrimonial ou moral. Em geral, é na segunda fase que a maioria das vítimas procura auxílio para lidar com a violência.

E depois vem a lua de mel: o homem se mostra arrependido. Ele agrada a mulher de muitas formas e tenta convencê-la de que não haverá repetição ou a convence de que a agressão foi resultado de seu próprio comportamento. Então o ciclo recomeça dias depois.

Para pedir ajuda, a mulher pode procurar canais como o Ligue 190, que é o número de emergência indicado para quem estiver presenciando uma situação de agressão. A Polícia Militar poderá agir imediatamente e levar o agressor a uma delegacia.

O Ligue 180 é outro canal criado para mulheres que estão passando por situações de violência. O atendente recebe as denúncias, dá orientação de especialistas e encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. Também é possível acionar esse serviço pelo Whatsapp. Nesse caso, acesse o (61) 99656-5008.

Também é possível realizar denúncias de violência contra a mulher pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil e na página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). No site está disponível o atendimento por chat e com acessibilidade para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Se preferir, é possível fazer a denúncia por meio do Telegram: basta acessar o aplicativo, digitar na busca “DireitosHumanosBrasil” e mandar mensagem para a equipe da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180.

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