20 de abril de 2024

Após adiar compra, Bolsonaro diz que só adquire seringa com “preço normal”

Também de acordo com o presidente, “estados e municípios têm estoques de seringas para o início das vacinações”

Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nesta quarta-feira (6) a suspensão de compra de seringas pelo Ministério da Saúde para a vacinação contra Covid-19.

De acordo com o presidente da República, a aquisição será retomada quando os preços “voltarem à normalidade.”

Em postagem no Facebook, Jair Bolsonaro diz: “Como houve interesse do Ministério da Saúde em adquirir seringas para seu estoque regulador, os preços dispararam e o MS suspendeu a compra até que os preços voltem à normalidade”.

Também de acordo com o presidente, “estados e municípios têm estoques de seringas para o início das vacinações, já que a quantidade de vacinas num primeiro momento não é grande.”

Compra de agulhas e seringas

A fala do presidente vem após o Ministério da Saúde realizar uma licitação para comprar agulhas e seringas para a vacinação contra Covid-19. O processo foi concluído no dia 29 de dezembro.

Segundo o jornal O Globo, o ministério só conseguiu garantir 7,9 milhões de unidades, muito abaixo das 331,2 milhões desejadas (2,4% do total). A empresa vencedora da licitação ainda será avaliada tecnicamente.

Segundo nota enviada pela pasta ao jornal, “os lances ofertados pelos licitantes ficaram superiores ao preço estimado pelo Ministério da Saúde e mesmo com tentativas de negociação não foi possível chegar ao valor estabelecido, bem como alguns licitantes não apresentaram os documentos de qualificação técnica exigidos no item 8 do Termo de Referência do certame e consequentemente tiveram suas propostas canceladas.”

Também de acordo com O Globo, o Ministério da Saúde afirmou que esse pregão foi apenas a “primeira parte da negociação” e que realizará novas licitações ainda em janeiro de 2020.

Enquanto isso, estados se movimentam. O jornal afirma que o governo de São Paulo adquiriu 71 milhões de seringas e agulhas, por meio de 27 licitações.

No Rio, a secretaria estadual afirmou ter recebido 8 milhões de unidades nesta semana. Um segundo lote, com a mesma quantidade, está com entregue prevista neste mês.

O governo da Bahia informou a aquisição de 19,8 milhões de seringas e agulhas, além de ter outras 6 milhões de unidades em estoque.

O Ceará tem 2 milhões de seringas e agulhas já armazenadas e planeja comprar 17 milhões de unidades no total.

Por fim, o Distrito Federal informou ter 2 milhões de agulhas e seringas em estoque e a criação de um processo de compra de 4,8 milhões de unidades.

Segundo o Estado de S.Paulo, o Ministério da Saúde complementará novas licitações com uma requisição de estoques excedentes de agulhas e seringas na indústria nacional.

A expectativa é de 30 milhões de unidades garantidas ainda em janeiro.

“Representantes do Ministério da Saúde realizaram uma requisição administrativa, na forma da lei, de estoques excedentes junto aos fabricantes das seringas e agulhas, representados pela Abimo (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios). Isso, enquanto não se concluiu o processo licitatório normal, que será realizado o mais breve possível. Essa requisição visa a atender às necessidades mais prementes para iniciar o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19”, disse o Ministério da Saúde em nota enviada ao jornal.

Calendário de vacinação no Brasil

A vacinação contra a Covid-19 pode começar no dia 20 de janeiro, segundo o Ministério da Saúde.

Em um cenário “médio”, a imunização poderia ter início entre esta data e 10 de fevereiro. Em um cenário menos favorável, a vacinação no Brasil poderá ocorrer a partir de 10 de fevereiro.

O secretário executivo da pasta, Élcio Franco, destacou que o melhor cenário depende de uma conjunção de aspectos – especialmente dos laboratórios com vacinas em desenvolvimento cumprirem os requisitos de registro, seja emergencial ou definitivo.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse nesta terça-feira (5) que ainda não recebeu nenhum pedido de uso emergencial ou de registro definitivo de vacinas para Covid-19 no Brasil.

Países como Estados Unidos, Reino Unido e nações da União Europeia já iniciaram planos de imunização contra a Covid-19. Na América do Sul, a Argentina começou a aplicar um imunizante contra a doença, a vacina russa Sputnik V, em públicos prioritários.

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