22 de abril de 2024

Enfermeira indígena Vanda Ortega é a primeira vacinada contra Covid no Amazonas

A enfermeira indígena Vanda Ortega foi a primeira pessoa vacinada contra a Covid-19 no Amazonas. Durante a pandemia, a profissional de saúde tirou suas horas vagas para oferecer suporte à sua comunidade indígena de 700 famílias contra o surto da doença em Manaus.

As primeiras doses da vacina contra a Covid chegaram ao Amazonas às 18h45 desta segunda (18). Diversos outros estados brasileiros também começam a vacinação nesta segunda.

Vanda, de 33 anos, nasceu na comunidade ribeirinha de Amaturá e se mudou há 11 anos para Manaus, onde se tornou técnica em enfermagem. Ela trabalha tratando pacientes de câncer de pele em uma clínica da cidade.

 

“Viva os povos indígenas desse país. Que todos os indígenas sejam vacinados. Esse momento representa muito para o meu povo Witoto, e para os 63 povos indígenas do estado do Amazonas. Esse estado, que tem a maior população indígena do Brasil, precisa ser cuidado”, disse.

Ortega ainda falou que, na comunidade Parque das Tribos, onde vive, 32 indígenas testaram positivo para a Covid-19 neste novo surto da doença. Ela fez um pedido para que o governo “olhe” pelos povos indígenas que vivem em Manaus.

“Nós estamos montando um hospital de campanha por nossos próprios esforços dentro da comunidade. E quero que esse estado olhe para essas populações aqui. Os nossos povos, historicamente, são muito negados por esse sistema de poder. Mas nós queremos, nesse momento histórico, que essa vacina chegue para os nosso povos na cidade também. Isso é uma luta do movimento indígena”, declarou.

No momento em que estava prestes a receber a primeira dose da vacina no estado, ela foi informada que outros quatro familiares estavam sendo encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campos Sales, com dificuldades respiratórias. Ortega deixou a cerimônia para ir até o local prestar assistência aos indígenas que foram internados.

Amazonas vive caos na Saúde

Com mais de 232 mil casos e 6,3 mil mortes, o Amazonas vive um caos no sistema de saúde com hospitais lotados. As unidades de saúde não têm oxigênio suficiente para todos os pacientes, o que fez o governo adotar medidas emergenciais para receber o insumo. O governo da Venezuela é um dos que enviou ajuda ao Amazonas.

A situação é tão dramática que, desde a semana passada, o estado está enviando pacientes para receber atendimento em outros estados. O transporte dos passageiros é feito em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), que foram adaptadas para essa finalidade.

Um decreto suspende as atividades econômicas não-essenciais até o dia 31 de janeiro. A circulação de pessoas em todos os municípios do Amazonas está restrita entre 19h e 6h.

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