O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que a situação do Amazonas em relação ao coronavírus está “terrível”, mas isentou o governo federal e declarou que “fez sua parte, com recursos, meios”.
O governante também lembrou que as Forças Armadas estão mobilizadas na região para dar assistência ao sistema público de saúde, que se encontra em colapso e enfrenta problemas graves como falta vagas em UTI e insuficiência de cilindros de oxigênio. O equipamento é fundamental no tratamento de casos de covid-19.
“A gente está sempre fazendo o que tem que fazer, né? Problema em Manaus: terrível o problema lá, agora nós fizemos a nossa parte, com recursos, meios”, declarou ele. “O ministro da Saúde esteve lá na segunda-feira, providenciou oxigênio, começou o tratamento precoce, que alguns criticam ainda.”
Bolsonaro também voltou a falar em “tratamento precoce” —feito com uso de medicamentos que não tem eficácia cientificamente comprovada no combate à doença— como uma alternativa vital ao enfrentamento à pandemia.
Como exemplo e sem provas que corroborassem a sua fala, ele citou o fato de que 200 vizinhos teriam se contaminado com a covid e supostamente não “foram para o hospital”.
“O médico pode receitar o tratamento precoce. Se o médico não quiser, procure outro médico. Não tem problema. Repito o tempo todo aqui: no meu prédio, mais de 200 pessoas pegaram a covid, se trataram com cloroquina e ivermectina, ninguém foi para o hospital.”
“E assim vocês veem exemplo no país todo. E não tem efeito colateral. Alguns ficam falando: ‘Ah, a ciência’. Calma, rapaz, esses medicamentos —a hidroxicloroquina são 70 anos— não tem efeito colateral. Se não surtir efeito, não vai acontecer nada pra ele.”
Colapso em Manaus
O aumento nos casos e internações por covid-19 em Manaus provocou um novo colapso no sistema de saúde do município. Hospitais enfrentam falta de cilindros de oxigênio, usados, principalmente, em pacientes que necessitam de intubação.
Na manhã de hoje, a FAB (Força Aérea Brasileira) realizou o primeiro embarque de pacientes com covid-19 em Manaus que serão levados para outros estados. Nove pacientes e cinco médicos embarcaram no voo com destino a Teresina.
Duas aeronaves C-99 do Primeiro Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (1º/2º GT) – Esquadrão Condor, cumprem as missões de transporte dos pacientes com o objetivo de minimizar os impactos no sistema de saúde da capital amazonense.