18 de abril de 2024

‘Foi o que me salvou’, diz dona de casa sobre foto de aves

“É uma alegria que não se mede. Se deixar eu vou atrás de passarinho todos os dias. Isso me faz esquecer os problemas. Foi o que me salvou. É assim que a dona de casa Donizete Aparecida de Carvalho, de Monte Alto (SP), descreve o amor pela observação e fotografia de aves. A atividade teve início em 2019, mas se intensificou com a pandemia.

Segundo ela, tudo começou com a necessidade de cuidar da saúde mental. “Depois de trabalhar como empregada doméstica e no setor de frutas virei dona de casa. Chegou um momento em que eu estava um pouco depressiva e não sabia o que fazer. Foi daí que surgiu a ideia de realizar um curso de fotografia para me ocupar e eu me encantei”, conta.

Donizete conseguiu comprar a primeira câmera e escolheu a natureza como temática dos cliques.

Nascida e crescida em sítio, apesar de viver na cidade atualmente, sempre esteve cercada por animais, principalmente as aves. “Sempre fui apaixonada pelos passarinhos com suas cores e cantos. Ainda sou muito amadora, mas em 2020 comecei a sair cada vez mais para a mata atrás de espécies novas. Já que precisava me isolar, pelo menos eu me isolava cercada pela natureza”, explica.

A mistura de Cerrado e Mata Atlântica na região onde mora é de fato palco para uma diversidade imensa de aves. Não à toa, Donizete já registrou mais de 240 espécies e ficou em segundo lugar na categoria de colaboradora que mais enviou fotos em 2020 para o site Wiki Aves, o maior portal de fotografia de natureza do Brasil.

Eu não tenho computador e não edito minhas fotos. Faço algo simples, mas assim que consigo um registro legal já envio para o site pelo meu celular. Minha meta é aumentar o número de espécies do painel aqui da minha cidade para as pessoas conhecerem a avifauna que tem por aqui
— Donizete Carvalho, 55 anos.

Entre tantas fotos, o encontro com uma maria-faceira ficou guardado na memória da observadora. “Era um dia de chuva e eu fui até o sítio tentar encontrar algum passarinho, mas pensei comigo mesma: ‘hoje não vai sair nada’. Quando me dei conta, uma maria-faceira estava em cima de um canhão de irrigação no campo. Eu tinha acabado de começar a fotografar e nem sabia os nomes das espécies, então foi muito especial descobrir mais sobre a ave depois”.

O sonho agora é encontrar a raríssima saíra-apunhalada e quem sabe escutar e observar a araponga.

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