O Ministério da Saúde avalia marcar o início da imunização contra a Covid em um evento no Palácio do Planalto na próxima terça (19) com governadores. A ideia é vacinar um idoso e um profissional de saúde.
A agenda, porém, ainda não foi confirmada. Atualmente, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, enfrenta críticas por não dar uma previsão exata para o início da imunização, dizendo apenas que deve ocorrer no “dia D” e na “hora H”.
A escolha da data ocorre após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informar que deve decidir no domingo sobre a liberação para uso emergencial de vacinas contra a Covid.
A agência analisa dois pedidos para esse aval. O primeiro foi feito pelo Instituto Butantan, para o uso de 6 milhões de doses da vacina Coronavac que foram importadas da China ainda no ano passado.
Já o segundo pedido foi feito pela Fiocruz, que pede autorização para uso de 2 milhões de doses da chamada vacina de Oxford, previstas para serem importadas da Índia nos próximos dias.
A opção por fazer a cerimônia é avaliada pelo Ministério da Saúde. Pelo lado do Planalto, no entanto, ainda há dúvida sobre a realização do evento.
Conselheiros do presidente estimulam o mandatário a capitanear o evento, mas esbarram no fato de que ele não quer tomar a vacina. Auxiliares do presidente ponderam ainda que um evento no Planalto só faria sentido se ele fosse imunizado.
Pessoas próximas a Bolsonaro preveem outros problemas caso ele mudasse de ideia, como possíveis críticas por ele recuar ou receber a proteção antes dos outros.
O presidente já falou reiteradas vezes que não tomaria vacina e chegou a ironizar o imunizante, dizendo que quem o tomasse poderia virar jacaré.
Na manhã desta quarta-feira (13), uma apoiadora disse a Bolsonaro que só tomaria vacina quando o presidente se imunizasse.
“Eu já fui infectado”, respondeu Bolsonaro. A interação foi registrada e transmitida por um canal simpático a Bolsonaro na internet.
O Ministério da Saúde já havia anunciado a versão mais recente do plano de vacinação contra a Covid em cerimônia no Palácio do Planalto, por isso avalia a opção também como forma de divulgar o início da estratégia, alvo de críticas pelo atraso em comparação a outros países.
Alguns auxiliares do ministro, no entanto, também defendem a opção de marcar o início da vacinação em um evento no Rio de Janeiro, onde devem chegar as doses importadas da Fiocruz.
A previsão por começar a vacinar no dia 19 é calculada como uma forma de dar dianteira ao governo diante da guerra política travada por Bolsonaro com o governador paulista, João Doria (PSDB), em torno da imunização.
Doria já afirmou que pretende iniciar uma campanha de imunização no estado no dia 25 de janeiro, o que tem elevado a pressão sobre o governo federal.
MANAUS
O ministro da Saúde disse nesta quarta-feira (13) que Manaus será a primeira cidade a receber a vacina contra o coronavírus. A capital do Amazonas enfrenta uma nova alta de mortes pela doença.
“Vamos vacinar em janeiro e Manaus será também a primeira a ser vacinada. Ninguém receberá a vacina antes de Manaus”, disse o ministro, em transmissão da CNN Brasil.
Em nota divulgada no início da tarde desta quarta (13), o Ministério da Saúde diz que aguarda a decisão da Anvisa sobre os pedidos de uso emergencial de vacinas para anunciar o início da vacinação.
“Desta forma, caso uma ou as duas vacinas sejam liberadas pela agência, a pasta planeja um evento no inicio da semana que vem, em Brasília, para divulgar a data de início da vacinação no Brasil”, informou.