O papa Francisco terá um encontro com o grande aiatolá Ali Sistani, a mais alta autoridade xiita do Iraque, durante sua visita ao país prevista para o início de março, anunciou hoje o cardeal iraquiano Louis Raphael Sako à AFP.
Durante o encontro privado, os dois líderes religiosos “poderão evocar uma espécie de enquadramento para condenar todos aqueles que atacam a vida”, disse o cardeal, patriarca da Igreja Católica caldeia no Iraque.
Em fevereiro de 2019, em Abu Dhabi, o papa Francisco assinou com o xeque Ahmed al-Tayeb, o grande imã da instituição do islã sunita Al-Azhar, sediada no Cairo, um “documento sobre a fraternidade humana”.
Francisco foi então o primeiro chefe da Igreja Católica a pisar o solo da Península Arábica, berço do islã.
O diálogo inter-religioso está no centro da visita do papa ao Iraque, de 5 a 8 de março, mais uma viagem sem precedentes para um bispo de Roma.
O clero cristão e xiita informou que está discutindo a questão inter-religiosa, e alguns dos seus membros alertam que um acordo pode exigir várias reuniões.
O cardeal Sako, no entanto, disse à AFP esperar que “haja uma assinatura durante a visita”.
Segundo o portal de notícias do Vaticano, as origens da Igreja Caldeia remontam ao século 13, quando alguns missionários católicos, fundamentalmente dominicanos e franciscanos, desenvolveram intenso trabalho entre os fiéis da Igreja Oriental Assíria.
A Igreja Católica caldeia, com cerca de 1 milhão de fiéis, tem o patriarcado no Iraque e circunscrições eclesiásticas no Irã, Síria, Líbano, Turquia, Egito, Estados Unidos, Canadá e Austrália.