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Comissária revela segredos dos aviões: “Tem quarto secreto para tripulantes”

Por IG

A profissão do comissário de voo vai muito além do que podemos ver nos corredores dos aviões. Por isso, a comissária da GOL, Gicely Mathias, que trabalha na área há 19 anos na aviação, detalhou várias curiosidades para o iG Turismo como um “sarcófago” para a tripulação dormir e as reuniões entre os funcionários antes dos voos.

Quarto secreto
Se você já fez um voo longo, provavelmente reparou que alguns dos funcionários da companhia desaparecem durante algum tempo. Isso porque os comissários descansam em um quarto “secreto”, conhecido como sarcófago, em viagens compridas e transoceânicas. Escadas escondidas levam a tripulação até as cabines, normalmente localizadas embaixo ou acima das poltronas dos passageiros. O espaço, restrito apenas para tripulantes, possui camas e até pijamas, que ficam disponíveis para a tripulação. Em alguns aviões, existe também um quarto na cabine dos pilotos. “Os voos que são muito longos têm este alojamento, os menores normalmente não têm”, explica.

Mais do que servir
Para além do serviço de bordo, o comissário precisa conhecer sobre primeiros socorros, sobrevivência, clima, dominar práticas gerenciais e até entender sobre psicologia. Gicely conta que durante o curso de comissário, teve que ficar três dias na selva, aprendendo como lidar em situações de emergência. “Além de sermos comissários, somos agentes de segurança. Temos sempre que estarmos preparados para coisas sérias, como fogo, passageiro passando mal ou insconsciente”, conta.

Pagamento
Diferente de outras profissões, o comissário, além do salário fixo, recebe por horas em voo. “A hora de voo começa a contar quando acionam os motores”, conta Gicely. Na maioria das companhias aéreas, os tripulantes têm benefícios e descontos em passagens aéreas para viajar e podem levar os familiares.

Arquivo pessoal / Gicely Mathias Gicely Mathias trabalha na área há 19 anos na área de aviação

Zero rotina
Apenas no final do mês que os comissários sabem para onde voarão durante todo o mês seguinte. A tripulação não escolhe os voos e nem com qual equipe irá trabalhar, por isso a rotatividade é grande. “Tem pessoas que eu voo hoje e só vou encontrar daqui cinco anos ou nunca mais encontro”, conta.

Os tripulantes podem voar no máximo seis dias diretos e são obrigados a folgar, no total, dez dias ao mês. Enquanto estão esperando o próximo voo, a tripulação é realocada dos aeroportos até hotéis por um transporte da companhia aérea. “Quem escolheu ser comissário é um espírito livre, nós necessitamos nos desprender. Pode estar um dia em uma cidade e no dia seguinte em outra. É uma profissão que nos permite muita coisa, como conhecer lugares”.

Alimentação
Apesar de não vermos, os comissários também fazem suas refeições durante o voo. Entretanto, eles não têm horário específico para comer. Para a tripulação, bebidas alcoólicas são altamente proibidas tanto no voo, quanto antes da viagem.

O voo começa antes da decolagem
Os comissários começam seu trabalho muito antes dos passageiros embarcarem. Na maioria dos grandes aeroportos existe o Espaço Operacional, um lugar onde a tripulação conhece a equipe e realiza o briefing da viagem.

Na reunião, falam sobre o clima, o que vai ser embarcado, checam a documentação e combinam o procedimento de organização para o serviço dos passageiros. No local, sempre tem um comissário reserva, caso ocorra algum imprevisto.

Os Espaços Operacionais, são conhecidos como “D.O.” pela tripulação e são divididos por companhias aéreas. O local pode ter sofás, máquina de café e até dormitórios. “É um momento muito importante porque ali vai se concretizar uma equipe”, comenta Gicely.

 

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