Dois casos da variante britânica do novo coronavírus foram confirmados em Valparaíso de Goiás e em Luziânia, cidades do Entorno do Distrito Federal. A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) confirmou os casos, após ser notificada pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs).
As duas pessoas diagnosticadas, um homem de Valparaíso e uma mulher de Luziânia, relataram que tiveram contato com um parente que reside na Inglaterra e tinha acabado de chegar ao Brasil para as festividades do final de ano.
O exame dos dois deu positivo no dia 31 de dezembro, mas a confirmação de que se tratava da variante que se espalha pelo Reino Unido veio agora, depois que as amostras foram enviadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) para análise do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
A contaminação teria ocorrido durante viagem envolvendo mais de 20 pessoas, incluindo o viajante do Reino Unido.
A superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, disse ao Metrópoles que a maioria das pessoas desse grupo testou positivo para a Covid-19, após a viagem.
A genotipagem e confirmação da variante britânica, no entanto, só foi possível nesses dois casos por causa da carga viral. Ela explica que, dependendo da carga de vírus no sangue, não é possível fazer o sequenciamento genômico.
Isso, no entanto, não anula a possibilidade de que os demais também tenham sido contaminados pela mesma variante.
“Dá para considerar esses casos como sendo da variante também, mas sem confirmação de genotipagem, porque existe o vínculo de tempo e de simultaneidade. Eles tiveram sintomas e positivaram na mesma época”, afirma Flúvia.
Transmissibilidade preocupa
Em nota, a Secretaria de Saúde de Goiás ressalta que a variante tem importância epidemiológica, pois foi descoberta no Reino Unido no dia 14 de dezembro e já se espalhou por mais de 62 países.
“De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), ela foi responsável por um aumento significativo da transmissibilidade, incidência, hospitalizações e pressão sobre o sistema de saúde desde a segunda metade do último mês de 2020”, informa a SES-GO.
Ainda segundo a nota, “para a ocorrência de óbitos, estudos preliminares indicam que ainda não há evidências suficientes de que ela esteja associada ao aumento de mortes se comparada com outras variantes”.