Federação chama de ‘covarde’ demissão de repórter que fez pergunta incômoda a Bolsonaro

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Acre (Sinjac) repudiaram, em nota, a exoneração do repórter João Renato Jácome por parte do prefeito de Rio Branco Tião Bocalom (Progressistas).

O jornalista, que atuava como chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia), desagradou o prefeito ao questionar o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), durante coletiva de imprensa no Acre, sobre as rachadinhas envolvendo Flávio Bolsonaro.

Na ocasião, Jácome estava de folga da prefeitura e a serviço do jornal Estadão como freelancer. Ao ContilNet, ele explicou que o fato de estar trabalhando de forma pontual para a empresa não foi o que motivou sua exoneração.

“Não faltei serviço. Fui liberado pela gestão da secretaria porque trabalhei de domingo a domingo desde o dia da posse do secretário. E aí tava tendo esse decreto, da bandeira vermelha, e a prefeitura fez um rodízio dos servidores e o secretário me deu folga na quarta. Se eu não estivesse de folga, não teria aceitado o convite do jornal para acompanhar a agenda do presidente”.

Leia abaixo a íntegra da nota da Fenaj e do Sinjac:

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Acre (Sinjac), por meio de seu representante, o presidente Victor Augusto Nogueira de Farias, vêm a público repudiar a atitude covarde e a prática de censura do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, que deveria defender e garantir direitos conquistados pela sociedade.

A Fenaj e o Sinjac manifestam repúdio contra a demissão do jornalista João Renato Jácome de Andrade, publicada na edição do Diário Oficial do Acre desta sexta-feira (26), por ter exercido o dever de questionar fatos durante coletiva de imprensa do presidente Jair Bolsonaro.

Com este violento ataque ao jornalismo, o prefeito Tião Bocalom afronta a liberdade de imprensa e o direito de acesso à informação garantidos pela Constituição.

As direções da Fenaj e do Sinjac exigem a anulação do ato e a reintegração imediata do profissional aos quadros da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Fenaj e Sinjac

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