Vivenciando um período de cheia dos rios e registros de alagações em vários municípios do estado, socorrer as famílias afetadas que precisam de alguma assistência ou que tiveram que sair de suas residências de última hora não é a única preocupação do governo acreano. Além de ajudá-las a passar pelos transtornos, outra preocupação neste momento é com os ribeirinhos e produtores rurais, que vivem da própria produção.
Com a elevação do nível das águas, boa parte das plantações às margens dos rios se perdem, causando danos e graves prejuízos ao produtor rural. Por determinação do governador Gladson Cameli, equipes da Secretaria de Estado de Produção e Agronegócio (Sepa), junto com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Acre (Emater) e Companhia de Armazéns Gerais e Entreposto do Acre (Cageacre), estão percorrendo os dez municípios afetados. O objetivo é fazer uma estimativa do prejuízo e conseguir recursos para amenizar os danos causados pela cheia.
“Em razão do decreto que coloca o estado em situação de emergência, faz-se necessário o preenchimento de um relatório, com a estimativa dos danos causados pela enchente no setor de produção. Os dados servirão de parâmetro para que o governo do Estado solicite a liberação de recursos e então repare os produtores pelas perdas, amenizando os prejuízos e lhes dando a oportunidade de recomeçar”, explicou o secretário de Produção e Agronegócio, Edivan Azevedo.Em Rio Branco, a equipe realizou o levantamento com boa parte dos ribeirinhos do Rio Acre nesta quinta-feira, 18. O mesmo serviço está sendo realizado também nos demais municípios afetados pelas enchentes, que são Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Tarauacá, Feijó, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira, Jordão e Rio Branco. A estimativa de prejuízo é de que seja 5% do valor bruto da produção em todo o estado, o que representa um total de R$100 milhões só em danos.
Sebastião Gomes, de 63 anos, é produtor rural há vários anos e mora às margens do Rio Acre, próximo ao Riozinho do Rola. Ele conta que cresceu trabalhando como seringueiro, mas que atualmente vive como produtor rural, plantando banana e macaxeira para o próprio sustento. Com a cheia, Sebastião foi um dos afetados e lamenta a perda da sua produção de bananas.
“É triste, pois leva tempo e muito esforço pra plantar, cultivar e manter a produção, pra chegar nessa época e ver todo o trabalho indo por água abaixo. Pra quem vive disso, fica difícil se restabelecer. Fiquei surpreso com a visita, nunca tinha visto isso antes e fico grato pela preocupação. Isso nos dá a segurança de que não estamos sozinhos e ainda esperança para recomeçar”, destacou o produtor.
Participaram também da visita aos ribeirinhos o presidente da Emater, Reinaldo Lúcio; e o diretor técnico Wally de Oliveira; o presidente da Cageac, Nelson Oliveira; e o diretor de produção da Sepa, Nilson Bayma.