A Universidade Federal de Minas Gerais concluiu a primeira etapa da pesquisa de uma vacina contra o novo coronavírus. A novidade é que, diferente das doses aplicadas atualmente no Brasil, produzidas pelo Instituto Butantan , em São Paulo, e pela Fiocruz , no Rio de Janeiro, a mineira é produzida com insumos totalmente nacionais.
Agora, a segunda de um total de três fases testará o imunizante em humanos a partir de março. O estudo deve durar entre 12 e 14 meses para que a vacina possa ser aprovada e ter início a produção em escala industrial.
Em entrevista ao UOL, a coordenadora do CT-Vacinas (Centro de Tecnologia em Vacinas) da UFMG, Ana Paula Fernandes, afirmou que, embora o investimento seja alto, “é menor do que aquele feito para a transferência das tecnologias de fora”. As estimativas é que os testes clínicos em humanos custem cerca de R$ 30 milhões nas duas primeiras fases. Na terceira parte, seriam necessários recursos acima de R$ 100 milhões.
“O sistema de vacinas brasileiro está atrofiado. Além do Butantan e da Fiocruz, temos somente a Funed com capacidade de produção de imunizantes, mas que também está engessado. Esse processo vai ser um marco histórico, que será replicado a outros processos, para que o Brasil tenha independência nessa área estratégica, que é a vacinação da população”, afirmou ela.
O desenvolvimento da vacina da UFMG teve início em fevereiro de 2020, quando começou a pandemia no Brasil. Ao todo, os estudos contam com 30 profissionais da universidade e apoio de pesquisadores da Fiocruz, da USP e da própria Funed.