Vítimas da alagação em Rio Branco andam com água acima da cintura para conseguir comida

A situação das famílias desabrigadas e atingidas pela cheia do Rio Acre tem comovido muito a população que acompanha de perto as águas chegando, a partir do transbordamento de igarapés, nos bairros de Rio Branco.

Reclamando da ausência do poder público na retirada de objetos e na assistência direta, as vítimas precisam lidar ainda com a falta de água, comida e produtos de limpeza, ilhadas, precisando andar com água até a cintura ou até quase o pescoço para alcançar uma ajuda.

A cena foi vista diversas vezes pela digital influencer Rebeca Aguiar, que em imagens enviadas à reportagem do ContilNet mostrou a real situação de inúmeras famílias, no momento em que resolveu ser solidária com um grupo de criadores de conteúdo digital, na doação de sacolões, marmitex e produtos de limpeza.

“É uma mistura de alegria e tristeza. Alegria por saber que a nossa ajuda está chegando em lugares e pessoas que eu não imaginava chegar, alegria em saber que tantos estão empenhados para que essas refeições chegue para essas pessoas e triste por saber que há muitos outros lugares que não conseguimos ajudar. É de partir o coração, também”, explicou.

O major da Defesa Civil, Cláudio Falcão, disse que já são mais de 3 mil famílias afetadas e pelo menos 15 desalojadas nos lugares alagados. Os níveis dos principais igarapés estão estáveis, mas a preocupação é que o Rio Acre segue subindo e já ultrapassou a cota de transbordamento.

Procurado por nossa reportagem, o fotógrafo Daniel Cruz disse que a ocasião sensibilizou a todos e fez com uma campanha fosse criada para ajudar as pessoas.

“Temos muitos anjos nos ajudando nesse processo. Alguns amigos e parceiros cozinham as marmitas, outros doam alimentos, seguidores nos ajudam com dinheiro e sacolões e assim vamos fazendo o que é possível, de forma solidária”, explicou.

“O poder público precisa olhar com mais carinho para a situação dessas pessoas atingidas. Que coloquem o barco na água, visitem os bairros e se movimentem”, continuou o digital.

Na mesma ocasião, o empresário e também digital influencer André Inácio também se deparou com cenas tristes e que “partem o coração”.

“Não tenho palavras. Tudo muito triste. É gente que tinha pouco e perdeu o pouco que tinha. O pior de tudo é que quando chegamos nas localidades os políticos e representantes de órgãos públicos ainda não tinham chegado. Os moradores achavam que nós éramos autoridades, quando na verdade estávamos voluntariamente ali”, enfatizou.

“Mesmo assim, falamos para todos eles que precisam cobrar daqueles que foram eleitos uma atuação de verdade, uma resolução”, destacou.

Os trabalhos ainda estão sendo realizados pelo grupo enquanto o nível do Rio Acre segue aumentando de forma assustadora, já ultrapassando a cota de transbordamento.

Procurada pela nossa reportagem para comentar o que vem sendo cobrando por parte da população, a Prefeitura de Rio Branco, por meio de sua assessoria de comunicação, informou que desde sexta-feira (5), a prefeita em exercício, Marfisa Galvão, realiza visitas aos bairros, distribuindo sacolões.

Além disso, a pasta enfatizou a união de todas as secretarias para dar conta da situação e que o desejo de Marfisa e Bocalom é que as primeiras famílias beneficiadas sejam as de bairros mais distantes e mais afetados.

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