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A força da mulher brasileense na produção rural e no sustento familiar

Por RAYLANDERSON FROTA, ASCOM

É inegável o avanço das mulheres no campo. Embora o papel que desempenham sempre tenha sido muito importante, somente em décadas recentes elas têm conquistado o reconhecimento que merecem. Em um setor com constantes mudanças e evoluções, as mulheres exercem uma função fundamental.

Em Brasileia a atual gestão do município, a presidência do legislativo e o sindicato dos trabalhadores rurais está ocupado por mulheres. Assim como a presidência da associação de moradores do Polo Agroflorestal Wilson Pinheiro, localizado no quilometro quatro da BR 317, sentido Assis Brasil, área rural de Brasileia. A comunidade do Polo é conhecida por ser uma área muito produtiva e com um alto potencial de criação e tem como representante a senhora Maria Madalena, mais conhecida como dona Santa.

A Santa é a presidente da associação Wilson Pinheiro do Polo de Brasileia, casada e já está à frente da associação há seis anos, chegou ao cargo através do voto dos moradores que a escolheram para ser a voz e o rosto da comunidade, nas últimas três eleições. “Eu gosto do trabalho que eu faço na comunidade e da confiança dos moradores em mim, sou grata por terem me escolhido para representá-los”, falou dona Santa.

Segundo a presidente, ocupar esse cargo e realizar os serviços que ela desenvolve é motivo de muito orgulho. “Primeiro a mulher não podia fazer nada, agora a mulher manda, desmanda e faz. Hoje nós temos mulher na prefeitura, presidência, deputadas e vereadoras. Então as mulheres estão tomando de conta e já está trabalhando melhor que muitos homens”, disse dona Santa, presidente da associação do Polo Agroflorestal Wilson Pinheiro.

Apesar de terem uma grande participação do que é produzido no campo, na maior parte das vezes, as mulheres não são reconhecidas como produtoras ou donas das propriedades, mas com garra e perseverança, as coisas acontecem naturalmente. Esse é o caso da Dona Maria Margarida, 63, casada há 45 anos e mãe de três filhos.

Dona Margarida mora no Polo há 18 anos e é feirante há 16 anos. Produz e vende produtos que têm como: macaxeira, farinha, tucupi, goma, pé de moleque, bolos de arroz e bolo de macaxeira. Ela e o filho começam os trabalhos cedo, com a colheita da mandioca, limpeza, até o produto final, normalmente todo o processo de produção demora de 3 a 6 dias.

“Esse trabalho é todo final de semana, a gente se arruma e vamos para a feira. Saio de casa meia-noite ou uma hora da manhã no carro que a prefeitura disponibiliza para vender os nossos produtos na feira. Meu filho Jucimar e minha filha Jussara vem sempre final de semana me ajudar na produção, eles têm sido meu ombro amigo. Eu comando tudo, tudo passa por mim, desde o roçado até a limpeza, plantando, roçando tudo, eu marco um dia e a gente vai plantar e colher todo mundo junto”, destacou Dona Margarida, produtora e feirante em Brasileia.

Com a chegada da pandemia no Acre, em Brasileia, muitas coisas precisaram de readequação. Foi o caso das agricultoras do ramal do Polo, que precisaram pensar em um novo modelo de trabalho e adaptação para escoar a produção. Algumas começaram a vender seus produtos em frente de lojas e mercados, em cima dos veículos e para clientes da Bolívia e estabelecimentos comerciais.

Segundo Dona Artemísia, a venda de verduras foi o sustento inicial para poder criar seus filhos. “A gente comprou esse lugarzinho, fomos plantando devagarinho, arrumando venda de umas verduras o suficiente para criar nossos filhos, tenho três filhos e graças a Deus a gente tá prosperando, trabalhando firme e forte, eu e o meu esposo. Aos poucos vamos ampliando com a criação de galinha, frango caipirão e plantação na horta”, destacou Artemísia agricultora em Brasileia.

Apoio da Prefeitura

A Prefeitura de Brasileia tem assistido as comunidades na área rural por meio da secretaria de agricultura e dado apoio com a mecanização de terra, plantio e colheita. Antes da pandemia a gestão dava o apoio aos produtores, agricultores e feirantes com o transporte para vender os produtos na cidade e o espaço físico.

Desde o início da pandemia em 2020, a prefeitura tem dialogado com os feirantes para suspender temporariamente as feiras semanais, mesmo assim seguiu dando orientações que envolvem medidas e cuidados durante a pandemia, visando garantir a saúde dos produtores e agricultores familiares.

Na terça-feira (23), foi realizado no Centro Cultural uma nova reunião da Prefeitura de Brasileia com os feirantes que vendem seus produtos na feira Maria Florência. E ficou acordado que a feira livre volta a funcionar todas as sexta-feira, iniciando dia 26 de março, das 5 horas da manhã até 12 horas.

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