O Amazonas recebeu, na madrugada deste sábado (20), 15 pacientes de Rondônia para dar continuidade ao tratamento de Covid-19 em Manaus. Eles foram encaminhados para o Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz, unidade referência no tratamento da doença. O estado também recebeu três pacientes do Acre.
O Amazonas passou a receber pacientes de Rondônia e do Acre por conta do colapso no sistema de saúde enfrentado nos estados vizinhos. Entre janeiro e fevereiro, foi o Amazonas que enviou pacientes por conta do colapso local. A taxa de ocupação de leitos de UTI na rede pública do Amazonas, na sexta, estava em 81,97%.
Os dois aviões pousaram por volta de 3h, na base da Força Aérea Brasileira (FAB), o Aeroporto de Ponta Pelada, na zona sul de Manaus. Para a operação foram destacadas 21 ambulâncias, sendo três destinadas a possíveis emergências.
Ao todo foram transferidos, neste sábado, 10 mulheres e oito homens, vindos de Rondônia e do Acre.
Leitos
O Amazonas ofertou, até o momento, 30 leitos para Rondônia e Acre – 12 de UTI e 18 clínicos. Até este sábado (20), a “Operação Gratidão” realizou a transferência de 24 pacientes, sendo 21 de Rondônia e três do Acre. O perfil de nove pacientes é de estado grave e os demais 15 são pacientes de estado moderado.
Na quinta (18), o Governo do Amazonas anunciou uma nova fase da “Operação Gratidão”, com o envio de 200 cilindros de oxigênio para o estado do Paraná, entregues à FAB na sexta-feira (19), que se encarregará do transporte. A previsão é que os cilindros sejam levados nesta tarde.
O Governo informou, ainda, que emprestou, na sexta-feira (19), 50 concentradores de oxigênio e devolveu uma miniusina de oxigênio para Rondônia. Foram enviadas três usinas da empresa White Martins, que estavam desativadas, duas para Santa Catarina e uma para o Acre.
“Também foram enviadas 18 mil unidades de medicamentos para tratamento da Covid-19, dentre os quais neurobloqueadores e sedativos para Rondônia; além de 10 respiradores serão enviados para Goiás; bombas de infusão seguirão para o Maranhão”, informou o governo.
Covid-19 no Amazonas
Manaus registrou uma queda de 66,74% no número de mortes em decorrência da Covid-19 entre 1º a 10 de março, em comparação com o mesmo período de fevereiro. Neste mês, no período recortado, foram 149 óbitos, enquanto no mês passado, 448.
Depois de registrar escassez nas unidades de saúde, o consumo de oxigênio no Amazonas está próximo ao que era registrado antes do pico da segunda onda, segundo informou o secretário estadual da Saúde, Marcellus Campêlo. Ainda de acordo com o secretário, algumas usinas para fabricação do insumo que foram instaladas em hospitais estão desligadas.
Antes da pandemia, a média de consumo diário era de 14 mil metros cúbicos. Na segunda onda de casos de covid-19, o consumo de oxigênio passou para 76,5 mil metros cúbicos no dia, provocando um déficit diário de 48,3 mil metros cúbicos. Houve caos nos hospitais por conta da falta de oxigênio.