A pandemia do novo coronavírus e, consequentemente, o número de decretos publicados pelo Governo do Estado tratando do funcionamento de setores no Acre, impactaram consideravelmente boa parte dos trabalhadores que dependem de público para sobreviver.
Os músicos e produtores de eventos artísticos, certamente, fazem parte da parcela mais afetada. Isso porque mesmo com flexibilizações sendo feitas ao longo desses quase 12 meses, possibilitando a reabertura de bares e restaurantes com capacidade mínima de lotação, os artistas não puderam fazer suas apresentações.
Em entrevista ao ContilNet, o cantor Rinaldo Costa da Silva e a sua esposa Stéfanni, nascidos no Acre e responsáveis pela animação de diversos eventos festivos no Estado, falaram sobre o prejuízo que a pandemia tem causado na vida dos profissionais que vivem da música.
Os dois moram, atualmente, em João Pessoa, mas voltaram ao Acre nessa última semana. Na ocasião, Rinaldo disse que viu alguns colegas vendendo instrumento para sobreviver.
“Infelizmente, é lamentável o que os músicos do Acre e de todo o Brasil estão vivendo, enfrentando. Vejos amigos vendendo instrumentos para sobreviver. Isso é triste”, comentou.
Veja o que disse o artista, na íntegra:
“Não recebemos pela ausência do trabalho”
Outro artista acreano também procurado por nossa reportagem foi Elias Sarkis, natural de Xapuri e proprietário de uma banda que tem o seu nome e agita festas de formatura, aniversários, casamentos, etc., por todo o Acre e até fora dele.
“É triste ver que muitas vidas estão sendo ceifadas por esse vírus, que temos o SUS colapsado, mas temos também inúmeros artistas sendo afetados, que tiveram que receber sacolão porque não tinham dinheiro para pagar as contas no fim do mês. Existem pessoas que vivem exclusivamente da música aqui no nosso Estado”, disse Sarkis.
Elias reconhece que a sua situação não é a mesma de inúmeros outros artistas, por ter outro vínculo de trabalho, mas explica que teve sua vida financeira afetada.
“Não recebemos pela ausência do trabalho. Muitos colegas, que estão em uma situação diferente e pior que a minha, ficaram sem dinheiro para comer e pagar as contas. Isso é muito complicado”, destacou.
“Imploramos a Deus que esse vírus acabe, que pessoas não morram mais por conta dele e que a gente possa retomar a nossa vida profissional, sem prejuízos”, finalizou.