Moradores de Feijó, no interior do Acre, ameaçam fechar a BR-364, no quilômetro 2, sentido Manoel Urbano, em protesto contra a falta de profissionais de saúde e estrutura adequada no hospital geral do município. A manifestação está marcada para a próxima terça-feira (23).
O ContilNet teve acesso a um relatório enviado pela gerência geral do hospital à coordenadora da regional do Juruá na Sesacre, Catiana Rodrigues da Silva. O documento apresenta uma série de problemas.
Um deles é a quantidade insuficiente de profissionais de obstetrícia para o fechamento da escala. Em horários descobertos pelo único médico do setor, as grávidas são encaminhadas para Tarauacá na única ambulância presente no município, que também transporta pacientes graves de Covid-19. O veículo, segundo o relatório, está em más condições.
Outra reclamação diz respeito à estrutura do hospital, inaugurado há quase quatro décadas. De acordo com o gerente geral da unidade, o “péssimo” estado do espaço impõe riscos à integridade física de pacientes e servidores. Goteiras, segundo o documento, não são raros no interior da unidade.
O material informa ainda que a pandemia de coronavírus fez com que alguns profissionais da unidade se afastassem por serem do grupo de risco. Somada ao déficit pré-existente e às aposentadorias recentes, a situação impôs ao hospital uma redução significativa no quadro de pessoal.
Para resolver o problema, a gerência da unidade pede a contratação imediata de dois enfermeiros para classificação de risco, um técnico em laboratório, um técnico em radiologia, um motorista, além de um cirurgião para o setor de maternidade e uma ambulância nova.
A reforma na estrutura do hospital e a ampliação da ala de combate à Covid-19 também estão entre as reivindicações do grupo.
De acordo com o vereador Ronaldo Reis (PSD), que abraçou a causa da população e do hospital, já foram enviadas à Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) diversas solicitações de melhorias, mas nenhuma delas teria sido atendida pelo governo.
“É deprimente e humilhante a situação em que o hospital geral de Feijó se encontra. As pessoas só vão ao hospital quando realmente não tem mais como ficar em casa. A estrutura física é uma vergonha. Quando chove é preciso os funcionários correrem com uma bacia de um canto pra outro por causa das goteiras. Nós estamos aqui sofrendo muito com isso”, lamentou.
A reportagem entrou em contato com o governo, que não respondeu aos questionamentos até o fechamento do texto.