O projeto “O saber vai além de ler” levou histórias, contos e brincadeiras para crianças que se encontram em abrigos na capital. As apresentações foram realizadas, nos dias 1 e 2 de março, nas escolas Georgete Eluan Kalume, Áurea Pires, Anice Dib Jatene e no parque de exposições.
A contadora de história e proponente do projeto, Naiara Pinheiro, fala que a ideia inicial era realizar apresentações em creches, mas como o aumento dos casos de covid-19 e a enchente que colocou centenas de famílias em abrigos, foi necessário mudar o pensamento inicial.
“Íamos executar o projeto em creches, mas como as aulas não foram retomadas íamos apresentar em praças e espaços culturais. Porém, quando veio a enchente e soubemos que tinham várias crianças nesses espaços, resolvemos conversar com a Fundação Garibaldi Brasil para executarmos esse projeto nos abrigos”, explica.
Ainda segundo a contadora de história, o projeto “O saber vai além de ler” está em sua segunda edição, sua primeira edição foi no ano de 2018. “Esta segunda edição foi aprovada pela Lei Aldir Blanc, que é a lei emergencial da cultura. “Foi incrível, levamos a contação de histórias, competição de música e ainda entregamos para cada criança uma sacolinha com doces e um livro para colorir com personagens das histórias que contamos”.
Naiara conta ainda que a ação alcançou muito mais do que ela esperava, pois não foi assistida somente pelo público alvo, que eram as crianças, mas por adolescentes e adultos.
“A gente pensa que não se forma bons leitores se não disponibilizarmos para crianças textos, livros, com o mundo da história e da imaginação. Hoje em dia, a infância está diferente, não vemos crianças com hábitos de leituras e brincadeiras, a maioria só fica em celular, tablets e afins. As contações fazem com que os pequenos e grandes interajam e se incluam nas histórias saindo um pouco desse mundo de tecnologia”, diz Pinheiro.
Além disso, o grupo, composto por duas contadoras, um músico e uma produtora, pretende voltar aos abrigos, caso a cheia continue por mais tempo. “Pretendemos voltar nos abrigos, caso as famílias permaneçam neles por conta da cheia. E quando as aulas retomarem iremos executar a ideia inicial das apresentações nas escolas”, finaliza.