Ícone do site ContilNet Notícias

Região Norte é a mais otimista após um ano de pandemia, revela pesquisa

Por ASCOM

A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) divulgou nesta terça-feira, dia 16 de março, a sexta edição do OBSERVATÓRIO FEBRABAN, pesquisa FEBRABAN-Ipespe, Covid e Vacinação.

O objetivo do levantamento inédito foi verificar, um ano após tomadas as primeiras medidas de isolamento, o sentimento dos brasileiros em relação à doença e a percepção da população sobre volta à normalidade e a vacina, entre outros pontos. A pesquisa foi feita entre os dias 1º e 7 de março, com 3 mil internautas em todas as regiões do país.

Para a grande maioria dos entrevistados, a vida atual está muito diferente do que antes e os hábitos adquiridos nesses últimos 12 meses devem se manter ou até aumentar, como é o caso do homeoffice, uso do álcool em gel, lavar as mãos, compras online e tirar os sapatos ao entrar em casa. A grande maioria dos brasileiros (74%) vê a situação piorando e, perguntados sobre as mudanças ocorridas no período, 58% respondeu que foram em suas finanças e relações interpessoais.

Segundo o levantamento, a região Norte é a mais otimista (53%) do país; é também onde existe a melhor percepção sobre melhoria (14%), e aquela onde mais gente disse ter pessoas próximas já contaminadas pelo coronavírus (68%) e vítimas (65%). É ainda no Norte onde foi registrado o mais alto índice de sensação de que as medidas de prevenção estão abaixo do necessário (58%).

“Para muitos na região a sensação é de que o pior já ficou para trás. Outros 14% responderam que o quadro está melhorando e 22% que está na mesma. De fato, o pico da pandemia com o colapso dos hospitais ocorreu bem antes das outras regiões”, afirma o cientista político e sociólogo Antonio Lavareda presidente do Conselho Científico do Ipespe.

Outros indicadores da pesquisa recortada na região Norte revelam que:

23% da população entrevistada não confia na vacina;
32% pretendem mudar para uma cidade mais tranquila;
34% pretendem encontrar familiares assim que a pandemia acabar;
58% identificaram uma mudança na saúde mental e emocional;
63% indicam profundas mudanças nas finanças da família.

“Estamos completando um ano de uma crise de saúde e humanitária sem precedentes e as milhares de mortes e casos mostram a face mais sombria do primeiro ano da pandemia, que contagiou também a atividade econômica, continua paralisando o país e colocou a todos em compasso de espera”, diz o presidente da FEBRABAN, Isaac Sidney. “Mesmo considerando que vivemos um momento crítico, a pesquisa revela que os sentimentos dos brasileiros estão divididos: medo, tristeza e raiva convivem com esperança, alegria e orgulho.”

A Pesquisa no Brasil
Para o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, alguns dos maiores impactos da pandemia se deram no campo das finanças e nas relações familiares e sociais. “Isso explica o desejo prioritário – quando a maioria da população estiver imunizada – de encontrar os parentes que não têm visto por conta da Covid”, afirma.

Diante do cenário atual, a maioria dos brasileiros também defende a vacinação como melhor arma contra o vírus. Além disso, diante dos números de contaminação e de mortes, e do iminente colapso no sistema de saúde, preponderam na pesquisa aqueles que consideram insuficientes as medidas restritivas adotadas por muitos Estados e municípios contra aglomerações.

Abaixo, seguem os principais resultados do levantamento:

Situação da pandemia no Brasil
Com um ano de isolamento social, a grande maioria dos brasileiros (74%) vê a situação piorando e 16% avaliam que ela está na mesma. O sentimento de que a situação está melhorando é residual: apenas 9% dos entrevistados.

Contato com mortos e doentes
A maior parte dos entrevistados tem algum amigo ou parente que foi contaminado (55%) pela Covid-19 ou que morreu pela doença (52%).

Sentimentos sobre a situação
O brasileiro ainda está dividido em relação aos sentimentos: 50% nutrem mais pensamentos positivos e 46% negativos sobre a atual situação da pandemia. O levantamento mostra que 35% dos brasileiros experimentaram recentemente sentimento de esperança, 13% alegria e 2% orgulho. Do lado negativo, 21% sentem medo, 20% tristeza e 5% raiva.

Volta à normalidade
A pandemia mudou a vida da maior parte da população. 73% dos entrevistados brasileiros afirmam que a vida está muito diferente do que era antes da doença. Para 20%, a vida já voltou em parte ao normal, sendo que 3% afirmam que nada mudou nesse período e outros 3% dizem que a vida já voltou totalmente ao normal.

Medidas contra aglomerações
Para a maioria da população são necessárias medidas mais restritivas contra as aglomerações. Para a maior parte dos ouvidos (55%), a fiscalização e controle dos Estados e municípios contra aglomerações ainda está abaixo do necessário. Os que avaliam que a repressão às aglomerações está na medida certa representam 36% dos ouvidos e apenas 7% avaliam que há exagero nestas ações.

Posição sobre a vacina
É majoritário (77% dos entrevistados) o entendimento de que as vacinas são a única forma segura e eficaz de se proteger do coronavírus. Apenas 19% não confiam na imunização.

Ritmo da vacinação
Expressiva maioria (81%) reclama do ritmo da vacinação no Brasil, considerado insatisfatório e lento pela falta de um melhor planejamento para atender a demanda. Menos de um quinto (16%) considera o ritmo satisfatório e normal, considerando a pouca disponibilidade da oferta dessas vacinas.

Tempo para vacinação
A perspectiva de alcance massivo da vacinação é de que ela acontecerá apenas em 2022 para 62% dos entrevistados, enquanto 29% esperam que isso deve acontecer no segundo semestre desse ano. Um percentual pequeno (5%) é mais otimista ao acreditar que a maior parte da população brasileira estará vacinada ainda nesse primeiro semestre de 2021.

Notícias sobre vacinação
A maior parte dos ouvidos (47%) vê como positivas as notícias em torno da vacinação, sendo que 26% acham que são mais negativas e 24% nem positiva nem uma coisa nem outra. A televisão ainda é o meio sobre o qual a maior parte (82%) se informa sobre vacinas, seguida das redes sociais (56%). Jornais e revistas (17%) surgem em terceiro lugar e conversas com amigos (14%).

Hábitos que vieram para ficar
Dentre os hábitos que mais devem sofrer alterações, se destacam aqueles relacionados à higiene: lavar sempre as mãos e/ou passar álcool gel (91%), a higienização dos produtos comprados e embalagens antes de guardá-los (84%), não entrar em casa com sapatos (74%). Também há elevada expectativa de manutenção ou intensificação das compras online (74%), aulas/cursos online (63%), e trabalho homeoffice com reuniões por videoconferências (59%). Metade dos entrevistados irá manter ou aumentar o hábito de conversas e confraternizações com familiares por chamadas de vídeo (52%) e as consultas de telemedicina (50%).

Planos para depois da pandemia
As restrições ao contato social na pandemia constituíram uma das privações de maior repercussão emocional. “Encontrar os familiares que não têm visto” aparece no topo do ranking de coisas que as pessoas gostariam de fazer quando a população estiver imunizada (31%). Em segundo lugar, 19% preferem viajar. Na sequência, 11% dizem que querem encontrar amigos e 9% farão uma comemoração. Há também aqueles que querem prioritariamente voltar às aulas presenciais (7%); ir a shoppings, bares e restaurantes (4%) ou voltar ao trabalho presencial (4%).

Lições para o Brasil
Perguntados sobre com o que o Brasil deve se preocupar com o fim da pandemia, 56% elegeram o “investimento na educação da população mais pobre para a redução das desigualdades”. Na sequência aparece o “investimento para deixar o Brasil autossustentável na área de equipamentos médicos e vacinas”, com 45%; enquanto 27% defendem o “incentivo às áreas de tecnologia e inovação, no sentido de acelerar o desenvolvimento”. Abaixo do patamar de 20% são citados: a “reforma do serviço público, tornando-o mais digitalizado e eficiente” (18%); o “aumento da proteção das florestas e redução dos poluentes preservando o meio ambiente” (16%); e a “melhoria da infraestrutura do País, privatizando rodovias, portos, aeroportos e o sistema elétrico” (16%).

Mudanças causadas em sua vida
Depois de um ano de pandemia, várias mudanças ocorreram na vida das pessoas. Perguntados sobre as alterações ocorridas nesse período, 58% respondeu que foram em suas finanças e relações interpessoais. Em seguida, vem a saúde mental e emocional (57%) e o ambiente de trabalho (53%). A forma de consumir também mudou e foi apontada por 38% das pessoas, assim como os estudos e a saúde física (ambas 35%). A fé e a espiritualidade foram as mais abaladas para 25%.

Comportamento na pandemia
A pesquisa mostrou que 93% dos brasileiros estão usando máscaras para sair de casa e que as pessoas mantiveram as atividades essenciais. Quase a totalidade sai de casa para ir ao supermercado: 26% vão sempre e 65% vão algumas vezes. Quase quatro em cada dez pessoas (39%) sempre saem para trabalhar e 20% se deslocam ao trabalho algumas vezes. Um terço (34%) não sai para trabalhar e 6% já não saíam antes da pandemia. Por outro lado, 72% deixaram de ir a restaurantes e bares e 77% não estão frequentando praias.

Educação em casa
Quanto às atividades educacionais, a grande maioria (71%) não está saindo (ou as pessoas da casa) para estudar, 7% saem algumas vezes e apenas 3% saem sempre. Entre os entrevistados, 42% têm filhos em idade escolar, dos quais 69% afirmam que as aulas ainda não são presenciais, enquanto 30% revelam que elas já foram normalizadas. Considerando aqueles cujos filhos estudam em escolas que já estão oferecendo aulas presenciais, 69% os estão enviando às aulas e 30% os mantêm em casa. Mesmo a maioria tendo optado pelas aulas presenciais, 57% se sentem inseguros com a ida dos filhos à escola e apenas 37% estão seguros. A maior parte dos pais que ainda não liberaram os filhos para as aulas presenciais, pretendem fazê-lo apenas quando a maioria da população estiver vacinada (39%). Outra parcela considerável, 28%, vai esperar que os próprios filhos estejam imunizados, e 26% dizem que os filhos frequentarão presencialmente quando declinar o número de casos de Covid-19.

Sair da versão mobile