Sharon Stone abriu o jogo sobre os bastidores de sua carreira e dos abusos que sofreu em Hollywood em sua autobiografia The Beauty of Living Twice (A Beleza de Viver Duas Vezes, em tradução livre).
Em um trecho da obra, obtido pela Vanity Fair, a atriz contou que foi aconselhada por um produtor – o qual ela não citou o nome – a transar com um colega de elenco para melhorar a química em cena.
“Ele me explicou por que eu deveria f**** meu coadjuvante para que pudéssemos ter química na tela. Por que, em sua época, ele fez amor com Ava Gardner na tela e foi tão sensacional! Naquela hora, só o pensamento assustador dele na mesma sala com Ava Gardner me deixou em choque”, escreveu ela.
“Agora, acham que se eu f***-lo, ele se tornará um ótimo ator? Achei que eles poderiam ter contratado apenas um colega com talento, alguém que pudesse fazer uma cena e lembrar suas falas. Eu também senti que eles próprios poderiam f*** com o ator e me deixar fora disso. Era meu trabalho atuar e eu disse isso. Esta não foi uma resposta popular. Eu fui considerada difícil”, completou a atriz.
Em outro momento do livro – que será lançado em 30 de março nos EUA -, Stone relembrou bastidores de uma de suas cenas mais famosas, a cruzada de pernas em Instinto Selvagem (1992).
De acordo com a estrela, ela foi pega de surpresa na primeira vez que viu a cena e deu um tapa no rosto do diretor Paul Verhoeven.
“Ele não estava sozinho, mas numa sala cheia de agentes e advogados, muitos dos quais nada tinham a ver com o projeto. Foi assim que vi o take da vagina pela primeira vez, depois de ele ter me dito (nas gravações): ‘Não podemos ver nada – só preciso que você tire sua calcinha, pois o branco está refletindo a luz’”, relatou.
“Fui até a cabine de projeção, dei um tapa no rosto de Paul, saí, fui até meu carro e liguei para meu advogado, Marty Singer”, completou a atriz, que disse ter sido aconselhada a barrar o filme na Justiça, mas voltou atrás por conta de todo o trabalho que tinha sido feito.
Segundo o relato de Stone, ela chegou a confrontar o diretor Paul Verhoeven, que a desafiou a tentar embargar o filme “Eu tinha escolhas, mas eu pensei e escolhi permitir essa cena no filme.
Por quê? Porque era correto para o filme e para a personagem”, disse.
Em 2017, Verhoeven chegou a negar em uma entrevista, que a atriz tenha sido explorada ou pega de surpresa com o resultado da filmagem em Instinto Selvagem.
“Sharon está mentindo. Qualquer atriz sabe o que se vai ver se você pedir a ela para tirar a calcinha e apontar para lá uma câmera”, afirmou na época.
No entanto, em sua autobiografia, Sharon Stone discorda do diretor e diz que ela é quem teria de ter a última palavra sobre o assunto.
“Sim, tem havido muitos pontos de vista sobre esse assunto, mas como é a minha vagina, deixe-me dizer: os outros pontos de vista são merda”, ressalta.
(Foto: © Getty Images)