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Advogada comprou e pediu remédio emprestado no AC para tentar salvar pai que morreu de Covid-19

Por JURUÁ INFORMATIVA

Foto: reprodução

Francisco Maciel da Silva, o Chiquinho do Mercado da Farinha,  de 65 anos , morreu vítima de Covid-19 no último sábado, 3, no Hospital  de Campanha  de Cruzeiro do Sul. Ele foi internado a primeira vez no  dia 20 de março. Recebeu alta dia 23 e foi  levado de volta pela família  para o Hospital  de Campanha no dia seguinte. Durante duas semanas, ele esteve na unidade semi-intensiva, na Unidade de  Terapia Intensiva (UTI) e depois foi  intubado, até que não resistiu e morre nesse final de semana.

Falta de remédios

A filha, a advogada Janaira Silva,  conta que quando o pai foi para a UTI teve de comprar medicamentos em Cruzeiro do Sul, Rio Branco e até Brasília,  porque o Hospital de Campanha não dispunha da medicação específica.

Ela também diz ter conseguido outro remédio  emprestado em Cruzeiro e terá que devolver a ampola. “Fico me perguntando: “quem não pode comprar, nem pegar uma  ampola emprestada, por exemplo, faz o quê na tentativa de salvar o ente querido?”, questiona.

Outra reclamação da filha é que ela ficou 5 dias sem notícias do pai, sem acesso ao boletim, que deveria ser diário. “É muita agonia não ter notícias”, reclama.

“Meu pai foi casado por 48 anos com minha mãe,  foi um homem muito querido e estava no Mercado da Farinha há cerca de 40 anos com muita honra.  Estamos devastadas e eu perdi meu defensor,  meu herói e meu conselheiro. Essa doença entra na casa da gente e leva o ente querido,  o equilíbrio e até a fé da gente”, conclui, fazendo um alerta para a população de Cruzeiro do Sul. “É preciso cumprir as medidas sanitárias, sair o mínimo possível e não receber pessoas em casa. O perigo é grande”, diz.

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