Depois dos 50 anos de idade, muita gente acredita que “já passou o tempo” de curtir algumas coisas da vida, como paquera e encontros casuais. Mas, principalmente nos dias de hoje, está mais que provado que isso não é verdade.
Na mesma medida em que os acessos, cadastros e trocas de mensagens em aplicativos de relacionamento aumentaram desde 2020, a presença dos “prateados” – como é chamada a geração a partir dos 50 – neles também é mais frequente.
Existe, inclusive, uma plataforma especializada neste público. De acordo com um levantamento da consultora de marketing Layla Vallias, houve um aumento de 17% nos cadastros no app Coroa Metade entre abril e outubro de 2020 em comparação aos seis meses anteriores à pandemia.
“A presença digital dos maduros não me espanta! Para eles, a internet é uma janela para o mundo, representa um movimento no momento em que a pessoa começa a trabalhar menos e ficar mais em casa. Relacionar-se com o outro, na forma de amizade ou amor, é fundamental para que mantenham a qualidade de vida”, explica a especialista, que é co-fundadora da Hype50+ e coordenou a pesquisa Tsunami 60+.
Ainda segundo os dados levantados, no Coroa Metade, 69% dos homens procuram namoro; 54%, amizade; 21%, casamento; e 38%, sexo. Entre as mulheres, 70% querem namoro; 51%, amizade; 20%, casamento; e 6%, sexo.
“Isso tem muito a ver com a liberdade que os maduros estão conquistando. Grande parte dos usuários maduros quer mesmo é mostrar que aos 50, 60, 70 ou 80 anos ainda é possível namorar, ter uma vida sexual ativa, fazer novos amigos e se divertir”, afirma Layla.
Prateados e a pornografia
Outro indício do maior interesse e envolvimento dos prateados na sexualidade é que eles são responsáveis por boa parte dos acessos de plataformas pornô – e têm suas categorias preferidas.
Dados de 2019 do Pornhub apontam que os visitantes com idade entre 55 e 64 anos têm 83% mais probabilidade de assistir a vídeos na categoria “Vintage”, e 65% acessam os da categoria “Maduros”, quando comparados a outras faixas etárias.