O brilho intenso e as cores vivas são características que chamam a atenção para as curiosas jiboias-arco-íris, serpentes da família Boidae, a mesma família pré-histórica das sucuris. Não à toa, o biólogo Josué da Silva Souza, do Rio de Janeiro, não pensou duas vezes em fazer vários registros da espécie durante um trabalho de campo na Amazônia.
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Esse brilho que se destaca nas fotos é causado por um fenômeno conhecido como iridescência. “Componentes cristalinos (cristais de guanina) que se acumulam nas escamas dessas cobras funcionam como um prisma e decompõe a luz do raio solar em diferentes cores do arco-íris, o que dá nome às espécies do gênero”, explica Rodrigo Castellari Gonzalez, biólogo, especialista em serpentes, Pesquisador do Museu de História Natural do Ceará, da Universidade Estadual do Ceará e do Museu Nacional/UFRJ.
Também chamadas de salamantas, as jiboias-arco-íris têm hábitos noturnos. Consideradas de médio porte podem atingir até dois metros de comprimento.
Terrestres, não possuem peçonha (não são venenosas) e matam as presas geralmente por constrição, tirando o ar através do estrangulamento. “Muita gente acredita que as serpentes constritoras se enrolam com a intenção de quebrar os ossos das presas, mas na verdade, elas fazem isso para tirar o oxigênio da presa e conseguir matar o animal sem ar”, explica o herpetólogo especialista em serpentes Willianilson Pessoa da Silva.
O cardápio das jiboias-arco-íris varia entre pequenos mamíferos, principalmente roedores, e algumas aves.
A reprodução destas espécies ocorre uma vez ao ano e o período de gestação varia de três a quatro meses. “A reprodução é do tipo vivípara, em que as fêmeas dão a luz a 7-22 filhotes já formados (sem necessidade de haver ovos). Os filhotes nascem entre a primavera e o outono e já são totalmente independentes da mãe, podendo viver sozinhos desde então”, comenta Gonzalez.
Apesar das jiboias-arco-íris não estarem ameaçadas de extinção, são animais muito procurados para cativeiros e merecem uma atenção especial para continuar sobrevivendo na natureza.