Presidente da Aleac, Nicolau Júnior viaja para o Juruá e esfria CPI da Educação

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Nicolau Júnior (PP), deixou a capital Rio Branco na manhã desta quinta-feira (22), viajando de carro, com destino a Cruzeiro do Sul. Vai parar em Feijó e chegar ao Juruá, onde está sua base eleitoral, só no final da tarde, informou sua assessoria.

A novidade nesta viagem do parlamentar é que ele se ausentou de Rio Branco sem ler o protocolo do requerimento da proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar inicialmente possíveis irregularidades no setor de compra da Secretaria de Estado de Educação, que chegou a ser dada como certa por pelo menos nove deputados de oposição na última quarta-feira (20). Ou seja, oficialmente, Nicolau Júnior ainda não tomou conhecimento da proposta de seus colegas parlamentares de oposição.

Isso significa que o requerimento de criação da CPI, que começou a ser bombardeado antes mesmo de a ideia ser oficializada junto à presidência da Assembleia, só deve ser lido oficialmente na sessão da próxima terça-feira (27). A viagem de Nicolau Júnior pela BR-364 até sua cidade natal, num percurso superior a 700 quilômetros, significa que o deputado e tampouco seus outros 14 colegas que apoiam o governo de Gladson Canmeli não estão perdendo o sono com a proposta de CPI.

Isso porque, quando a oposição já se posiciona em articulações buscando quem será quem na futura Comissão, a bancada de apoio ao governo, através do líder Pedro Longo (PV), trabalha em duas direções: a de abortar a CPI no ninho, com a retirada de dois nomes do requerimento e com isso impedindo até seu protocolo (o regimento Interno exige que o número seja de oito deputados, um terço da Assembleia de 24 parlamentares) ou obter um parecer da assessoria jurídica da Assembleia informando que a CPI não pode ser instalada por já ser tratada a nível de Poder Judiciário.

O principal argumento de que não é mais necessário investigar é que já há até denúncias oferecidas inclusive pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), através da promotora que defende o patrimônio público, Mirna Mendonza. Com os envolvidos identificados e denunciados, de acordo com a visão dos deputados governistas, a CPI perderia o foco, por não ter que investigar algo que a Polícia Civil e o MPAC já investigaram.

Mas, se não obtiver sucesso nessas duas ideias, a bancada de apoio ao Governo assinará o requerimento de CPI mas com a proposta de ampliação para investigar o Depasa e a própria secretaria de Educação no governo de Tião Viana, quando os secretários dos dois órgãos eram os atuais deputados Edvaldo Magalhães (PC do B) e Daniel Zen (PT), respectivamente.
A viagem de Nicolau Júnior, no entanto, mostra que, até a semana que vem, a proposta de CPI está sob um balde de água fria. Se esquentar, a partir da semana que vem, também pode ser uma batata quente para os deputados que a propuseram.

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