Saiba como Kobe e Durant venceram campeonatos e também o Oscar
Por METRÓPOLES
Chegar ao topo de uma profissão já é bastante difícil. Agora, imagine receber o reconhecimento máximo em duas áreas diferentes?
A atual geração de jogadores da NBA têm feito parecer que a façanha não é tão impossível assim.
No último domingo (25/4), Kevin Durant e Mike Conley se juntaram a Kobe Bryant como os únicos jogadores da NBA a terem vencido o Oscar.
Os jogadores do Brooklyn Nets e Utah Jazz, respectivamente, entraram para o cobiçado hall dos vencedores do prêmio como produtores executivos de Two Distant Strangers, que levou na categoria de Melhor Curta-Metragem.
Embora a incursão de atletas profissionais no cinema não seja exatamente uma novidade (veja, abaixo algumas participações de jogadores da NBA, inesquecíveis e nem tanto), chama a atenção o volume, diversidade e qualidade dos projetos nos quais eles têm se envolvido atualmente.
No entanto, o jogador do Los Angeles Lakers venceu um Emmy em 2019 com What’s My Name: Muhammad Ali, vencedor na categoria de Melhor Documentário Esportivo.
No mesmo ano, ele foi indicado por Melhor Série ou Especial Esportivo por The Shop: UNINTERRUPED.
O jogador conhecido pela alcunha de Rei, aliás, é um dos grandes responsáveis pela era de empoderamento dos jogadores da NBA, que lhes permitiu ampliar o alcance dos seus negócios e virar parceiros nos empreendimentos, e não apenas meros empregados.
Isso vai desde os contratos que os jogadores assinam com seus times — tendo, atualmente, mais influência sobre onde eles querem jogar, com quem, a longevidade e valores de seus acordos –, quanto em relação a negócios envolvendo moda, acordos literários, música, cinema e tv.
“A maioria dos atletas ganha mais dinheiro do que eles poderão gastar. Hoje em dia, eles sentem a responsabilidade de aprenderem sobre o que está acontecendo ao redor deles. Eles obviamente são interessados em aprender coisas novas e levar essa educação para um público maior. Eu creio que eles podem fazer muita coisa com essa plataforma”, declarou para o Insider Cline-Thomas, investidor responsável por conectar atletas como Stephen Curry e Andre Iguodala a empresas start-up na região do Vale do Silício.
Com mais poder, mas também mais consciência histórica e social, além de um senso de responsabilidade sobre a influência que exercem em crianças e jovens, os jogadores têm produzido entretenimento, sim, mas também produtos que abordam racismo, desigualdade e contam a história dos pioneiros que permitiram esses jogadores ocuparem a posição que ocupam hoje.
LeBron James, com a SpringHill Entertainment, produziu o documentário sobre Muhammad Ali; Rise Up, sobre a luta por direitos civis nos EUA; e Shut up and Dribble, sobre as dificuldades da ascensão do atleta negro no esporte.
Two Distant Strangers, que rendeu o Oscar para Kevin Durant e sua produtora, a Thirty Five Media, conta a história de um homem negro que acaba preso em um “loop temporal”, vivendo repetidamente o dia em que acabou assassinado por um policial.
O jogador também é um dos responsáveis pelo documentário Quadra Livre, que conta as histórias de detentos de um time de basquete da prisão da Califórnia (ambos disponíveis no Netflix).
Chris Paul, parceiro da Oh Dipp Prods, recebeu boas críticas por Crossroads, sobre um time de lacrosse composto por adolescentes em situação de risco.
“Competitivos por natureza, não se surpreenda quando mais e mais jogadores da NBA colocarem suas atenções em Hollywood. Dado o sucesso dos últimos projetos, os atletas estarão ansiosos em usarem suas influências para desenvolver projetos relativos à criação de conteúdo. Pode chegar um dia em que o mercado fique saturado, mas por enquanto, a parceria entre a NBA e Hollywood está crescendo. E a batalha pela supremacia deste novo espaço está apenas começando”, escreveu Joe Barnathan para a Forbes.
Relembre a participação de jogadores do NBA no cinema:
Kareem Abdul-Jabbar, em Jogo da Morte (1972)
Michael Jordan, em Space Jam (1996)
Shaquille O’Neal, em Kazaam (1996) e O Homem de Aço (1997)