Sensíveis, com histórias e lutas diferentes, Joice Melo e Ana Holanda estão conectadas pela mesma forma de se comunicar e, assim, conseguem conversar com muitas outras pessoas que também se atraem pelo mesmo propósito. É por meio da palavra, que ganha forma e alcance, que elas tocam as pessoas: a escrita é o instrumento que orquestra essa rede de comunicação e afeto.
Diversão. Liberdade. Sentimento. Esses são alguns dos ingredientes que Ana Holanda incrementa à sua receita de sucesso ao escrever novas histórias através da escrita afetuosa. Ela usa com maestria as palavras para contar suas memórias no livro “Minha mãe fazia: Crônicas e receitas saborosas e cheias de afeto.
Formada em Jornalismo e com mais de 25 anos de carreira, Ana é apaixonada pelas palavras. Aprendeu a escrever com técnica e reaprendeu a escrever, dessa vez, com o coração. O resultado? Dois livros publicados, muitos workshops, cursos, mentorias e vidas tocadas pelo novo caminho profissional que vem trilhando.
Hoje, Ana Holanda é conhecida por encorajar quem deseja se expressar através da escrita afetuosa, aquela que “mora no outro e toca-o, em uma perspectiva humana, sobretudo, por uma escrita humana”, como define. Autora do livro “Como Se Encontrar Na Escrita – O Caminho Para Despertar A Escrita Afetuosa Em Você”, Ana acredita que todo mundo é capaz de escrever de forma afetuosa, até mesmo quem não trabalha com a escrita.
“Teve uma época em que escrevia os textos sempre do mesmo jeito. Era a minha fórmula de sucesso. Eu sabia que ia agradar e aquilo se tornou um território seguro. Até que, um dia, cansei de fazer do mesmo jeito. Queria ir além, me desafiar. Junto, veio o medo: e se meu texto não agradasse? Guardei meus receios no bolso, para que ficassem quietinhos ali. E escrevi, experimentei rotas e formatos diferentes. E foi tão bom fazer isso. Divertido. Libertador”, compartilhou a Ana em uma publicação no seu Instagram.
A escrita conecta Ana à Joice, ainda que elas não se conheçam. Joice Melo, 32, é mãe do Juan, de 10 anos, e encontrou nas palavras uma forma de se comunicar com outras mulheres que enfrentam os desafios diários da maternidade e que, assim como ela, sentiam falta de uma rede de apoio. Essa história começou há quatro anos e tem diversos personagens. A Joice, que possui formação em Letras, criou o grupo “Mães que Escrevem”, que virou uma revista e já veiculou mais de 600 textos voltados para a maternagem.
“Eu sou uma pessoa que ama escrever, trabalho com isso e tenho a escrita como uma ferramenta terapêutica. Senti que nos textos que escrevia, algumas mulheres se identificavam e trouxe essa prática para a revista”, explica a idealizadora.
Ela viu na escrita um caminho para aliviar tensões da maternidade e, ainda, criar conexões com outras mães. “Uma mulher falar sobre seu dia a dia como mãe pode ajudá-la a entender melhor o que acontece consigo mesma, fora que outras mães, lendo os textos, também podem se identificar com a pauta trazida”, destaca Joice.
Mães que escrevem e relatam seus percalços na maternidade; filha que escreve abrindo seus sentimentos – e a porta da cozinha – para compartilhar lembranças afetivas que vão muito além das deliciosas receitas culinárias da mãe: entre linhas e entre laços, a escrita ainda é uma das melhores formas de expressão capazes de dar poder a quem escreve, estabelecer empatia e criar conexões.
A escrita também é uma forma de terapia. O psicólogo Iaroldi Bezerra explica: “É uma poderosa ferramenta de cura. Diante de um papel em branco, muitas vezes a gente consegue revelar o que é secreto até para nós mesmos. Acessamos camadas mais profundas e temos a oportunidade de perceber e trabalhar as dores da alma”.
Esse assunto é tema de live na qual a escritora Ana Holanda é uma das participantes. O poder terapêutico da Escrita Afetuosa será tema do encontro on-line, aberto ao público, transmitido no instagram @iarodibezerra, neste sábado (08/05), às 18h.