O casal de atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank entraram na Justiça Cívil com um processo de Execução de Dívida de R$ 183 mil contra a ex-amiga Isabela Brito Guerra.
Isabela – que é advogada – já foi condenada na Justiça Criminal por aplicar um golpe de estelionato no casal, depois que os dois foram à polícia denunciar o crime.
A coluna teve acesso exclusivo a íntegra do depoimento de Giovanna ao Ministério Público.
Segundo Bruno Gagliasso e Giovanna, Isabela apresentou uma proposta de investimento em negócio de aquisição de imóveis através de leilões judiciais, os quais seriam posteriormente vendidos e os lucros divididos entre eles.
Em razão da relação de amizade e da extrema confiança que Giovanna mantinha com Isabela, o casal entegou a advogada a quantia de R$ 180 mil.
Desse valor, R$ 100 mil foram pagos por Giovanna para efetivação do negócio. Entretanto, após o registro do boletim de ocorrência feito por Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, ficou comprovado que a advogada que mantinha um escritório especializado nesse tipo de negócio jamais participou de qualquer arrematação de imóveis em leilões judiciais, tendo se apropriado indevida e ilegalmente da quantia que lhe foi entregue pelo casal.
A Justiça Criminal condenou Isabela pela prática do crime de estelionato a um ano e dois meses de reclusão em regime aberto e 11 dias-multa.
A juíza que proferiu a sentença em instância criminal determinou que Giovanna Ewbank ingressasse na Justiça Civil para executar a dívida e ser ressarcida pelos danos sofridos e reaver o dinheiro perdido.
O advogado do casal anexou aos autos do processo de execução de dívida na seara Cívil a condenação da advogada em âmbito penal e reforçou que a Justiça reconheceu expressamente o prejuízo econômico suportado por Giovanna, em razão da apropriação financeira indevida de Isabela, exclusivamente para angariar recursos financeiros de forma fraudulenta.
Depoimento de Giovanna à Justiça Criminal
De acordo com depoimento de Giovanna Ewbank à juíza em âmbito criminal, ela relatou que foi muito amiga de Isabela, que frequentava normalmente a sua casa.
Gio contou que parou de falar com a amiga quando pediu a apresentação de um documento que comprovasse que o dinheiro que havia transferido estava sendo aplicado no investimento combinado.
Ela argumentou com Isabela que estaria organizando as suas finanças e que sua contadora orintou que ela tivesse algum documento que comprovasse a existência da aplicação.
Em contato com Isabela, a advogada de Giovanna solicitou o número da arrematação do imóvel feito com os R$ 100 mil do casal, mas a advogada não sabia informar.
Ainda de acordo com Giovanna, após esse contato inicial entre a dvogada da atriz e Isabela, a amiga desapareceu e parou de atender as suas ligações.
Giovanna também detalhou em juízo que Isabela trabalhava em uma empresa que adquiria imóveis em leilões.
Ela regularizava os imóveis e os vendia novamemte, de modo que nesse processo haveria um lucro de aproximadamente 30% do valor investido.Segundo Gio, Isabela dizia que o investimento era muito seguro.
Como Isabela era sócia da empresa, ela propôs a atriz que o investimento fosse feito em seu nome.
Ela informou a Giovanna que com o dinheiro entregue teria sido comprado um imóvel em Copacabana, mas que ainda não tinha vendido.
Ewbank informou que por todos esses anos acreditou na versão dada pela amiga.
A atriz resiolveu procurar o escritório de Isabela após o sumiço da advogada depois que passou a cobrar um documenro que comprovasse a transação, quando teve uma nova surpresa.
Segundo depoimento da atriz, foi informado que Isabela não atuava mais no escritório há muito tempo, pois a empresa teve outros problemas com ela no passado.
Depoimento de Bruno Gagliasso
Em depoimento, o ator Bruno Gagliasso informou que Isabela era namorada do seu amigo Chico Salgado e que Giovanna entregou o primeiro cheque no valor de R$ 100 mil e, logo em seguida, um cheque no valor de R$ 50 mil.
Desse valor, R$ 10 mil referia-se a um empréstimo para Francisco também investir no negócio. Francisco também foi colocado como vítima no processo.
Bruno disse à Justiça Criminal que confiava 100% em Isabela e que continuou convivendo com ela após a negociação.
Ele conta que nunca chegou a ver o apartamento em Copacabana que a ex-amiga dizia ter comprado, justamente pela confiança que mantinha na advogada.
O casal também disse que já haviam contato com os serviços jurídicos de Isabela em outras situações, mas que esses afazeres sempre foram devidamente remunerados e que eram apenas serviços simples.
Gagliasso confirmou a versão da esposa de que a advogada principal da família orientou o casal a solicitar um comprovante da negociação imobiliária e que, a partir do primeiro contato, Isabela desapareceu e nunca mais retornou nenhum contato.
Bruno informou que Isabela sempre dizia que o trâmite era demorado quando indagada sobre o investimento.
Como a ideia de investir em grupo teria nascido de um diálogo, Gagliasso conta também que a ideia de fazer contato com Isabela e solicitar o comprovante também tinha a intenção de oficializar legalmente o negócio entre eles, e que por isso não haveria razão para que ela rompesse o contato.
Ainda segundo o ator, foi nesse momento que o casal percebeu que havia sido enganado.
Antes de ser condenado, Isabela negou em juízo as acusações
Em seu interrogatório, Isabela negou as acusações. Ela contou que teve amizade e também como advogada de Giovanna e que teria prestado uma ampla gama de serviços jurídicos para atriz e que não teria recebido por esses serviços.
Ela contou que na épca em que namorava com o amigo de Bruno, Francisco Salgado, viviam viajando juntos para Nova York, Fernando de Noronha, Buenos Aires e Orlando. Nessas viagens disse que arcava com gastos próprios.
Isabela admite que recebeu o cheque de Giovanna Ewbank. No entanto, segundo sua versão, a atriz teria emprestado a quantia para que ela fizesse um investimento em seu escritório, e que elas teriam combinado que Isabela investiria o dinheiro e, quando auferisse lucro do negócio, devolveria o valor emprestado acrescido de um percentual.
Ainda de acordo com a advogada, a intenção de Giovanna teria sido emprestar o dinheiro para que ela investisse, e não fazer um investimento por meio do seu intermédio para atriz.
Sentença Criminal: fraude comprovada
De acordo com a Juíza, foi “plenamente configurada a fraude praticada contra a vítima Giovanna.
A ré se valeu da confiança da vítima para captar seu dinheiro sob argumento de que faria um investimento extremamente lucrativo.
O meio escolhido pela ré, qual seja, propor o intermédio de um investimento, foi eficaz, já que, em razão disso, a vítima lhe entregou o cheque”.