Davi Belfort revela sonho de jogar futebol americano no Maracanã
Por GE
Desde criança, a vida de Davi Belfort tem conexão direta com o esporte, especialmente o MMA. Nele, Vitor Belfort, o pai, fez uma carreira brilhante sendo campeão meio-pesado do UFC. Mas Davi não seguiu o caminho do octógono. Escolheu os campos de futebol… americano.
Aos 16 anos, Davi dá os primeiros passos rumo ao sonho de ser quarterback na NFL, a maior liga de futebol americano do mundo. Sem ainda ter estreado no high school por causa da pandemia da Covid-19, o jovem QB revelou, em entrevista exclusiva, um sonho.
“Eu e meu time de 7 contra 7 estávamos sonhando em fazer um jogo no Maracanã. Seria sensacional”
Torcedor do Flamengo, Davi carrega um pouquinho do nosso futebol consigo na camisa de quarterback: o brasileiro joga com a número 10, uma alusão aos grandes craques da bola redonda. Apesar de gostar do futebol que conhecemos, Davi se mudou para os Estados Unidos ainda criança e se encontrou no esporte mais tradicional do país.
– Quando falo que sou brasileiro, a maioria das pessoas pergunta porque não joguei futebol. Eu joguei, mas eu gostei muito mais de futebol americano. A estratégia do esporte foi o que mais me atraiu.
O caminho ainda é longo, mas o foco de Davi é em se tornar o primeiro quarterback brasileiro da história da NFL e ajudar a popularizar ainda mais um dos esportes que cada vez mais cai no gosto dos brasileiros.
– Eu acho que o esporte no Brasil está crescendo muito, vai crescer muito ainda, e eu quero ser um dos embaixadores. Eu tenho certeza que os brasileiros vão amar quanto mais entenderem as regras e verem os jogos – projetou.
Para isso, o brasileiro ainda precisa passar pelos quatro anos de high school e, no mínimo, por três universidade, antes de poder se candidatar ao draft da NFL. Mesmo sem ter feito a primeira partida colegial, o quarterback já tem três ofertas de bolsas de estudos universitárias, uma delas em Arizona, que joga na Pac-12, uma das conferências mais tradicionais do futebol americano universitário.
– Eu acho que é muito bom já ter três propostas de bolsa. O meu pensamento sobre as ofertas que eu recebi é de ter tranquilidade para jogar. Eu sei que não fiz nada, tenho muito para fazer. Não entrei na high school ainda, tem um caminho muito longo pela frente. O que eu tenho que fazer é trabalhar, para ficar melhor e acreditar no processo – comentou.
Preparação em meio à pandemia
Davi Belfort estava preparado para iniciar a carreira no high school quando a Covid-19 se alastrou pelo mundo e paralisou o campeonato colegial. Ao longo dos últimos 15 meses, não houve jogos, mas houve bastante treinamento para o quarterback.
– O ano da pandemia foi proveitoso para mim, apesar de eu não ter uma temporada. Eu vim para a Califórnia umas quatro ou cinco vezes. E na Flórida eu treinei bastante como um profissional também – explicou Belfort.
Na Califórnia, Davi participou de vários períodos de treinamento com o treinador particular Chris Flores, que trabalha com inúmeros jogadores de NFL, College e High School. Em entrevista, Flores falou sobre a preparação do brasileiro.
– Temos uma estrutura aqui na Califórnia, em que mantemos todas as regulações de Covid. Tentamos sempre focar no próximo nível. Então, nós nos preparamos de olho no college, ele vai passar pelo high school, é necessário, mas focamos principalmente na próxima etapa. Não significa que ele é um jogador de college agora, mas nos preparamos como se fosse – explicou Flores.
Dentro das 100 jardas
Davi explica que escolheu a posição de quarterback justamente por poder ter a bola na mão e comandar o jogo. Belfort se define como uma dual threat, ou seja, uma ameaça dupla. Apesar de gostar do passe, como a maior parte dos quarterbacks, Davi não tem problemas na hora de sair do pocket e correr com a bola. O brasileiro acredita que o seu histórico da luta, herdado do pai, o ajuda bastante na hora do jogo.
– Eu sou muito diferente que os outros jogadores. Principalmente quarterbacks. A maioria deles vem do beisebol, e eu vim da luta. Eu acho que eu vou ser muito diferente de outros quarterbacks. Eu sei que muitas coisas vão me beneficiar no treino de lutas.
Além de muito físico, o futebol americano é um esporte estratégico e mental. Davi reconhece que esse é um dos pontos que mais deve focar, desde já, em sua carreira.
-Sempre na minha carreira eu vou ter que focar na parte mental do jogo. O que vai me fazer ser um jogador ótimo é estudar o jogo, estudar as defesas. É isso que eu tenho que fazer para colocar o meu time na melhor posição para ganhar. Eu acho que isso vai levar meu time para a vitória.
A família inspira Davi como pessoa, mas dentro de campo o quarterback tem uma lista de ídolos com grandes nome como Tom Brady, Steve Young, Drew Brees, Russell Wilson e Kyler Murray. Mas o ex-quarterback dos Saints fala um pouco mais alto, mesmo Davi sendo torcedor do Dallas Cowboys.
Quando questionado sobre uma futura escolha de universidade, o quarterbcak disse que vai optar pela instituição que for o preparar melhor para a NFL e que ainda não tem nenhuma preferência. E, apesar de ter grandes sonhos, Davi adota uma postura de humildade e aprendizado a cada dia.
– Eu acho que eu posso evoluir. Eu ainda tenho muito para fazer, sei que posso crescer muito. Todo dia eu estou tentando evoluir. A minha meta é ser melhor a cada dia, do que eu era no anterior.