19 de abril de 2024

Deputada Perpétua Almeida denuncia orçamento secreto no governo federal

A deputada federal acreana Perpétua Almeida, líder do PCdoB na Câmara, anunciou, com exclusividade ao ContilNet, nesta segunda-feira (10), que a ação judicial contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela criação de um orçamento paralelo com cerca de R$ 3 bilhões em emendas até o final de 2020, terá sua assinatura. Na Câmara e no Senado, líderes das oposições, como o deputado Marcelo Frexo (PSOL-RJ) e o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), se mobilizam em busca de meios, inclusive via Supremo Tribunal Federal (STF), para impedir que Bolsonaro, com os recursos, consiga apoio do chamado “centrão” no Congresso Nacional.

A movimentação em Brasília começou na manhã no último domingo (9), a partir de reportagem do jornal Estado de S.Paulo, cujo teor revela que o orçamento secreto de Bolsonaro inclui a compra de tratores e equipamentos agrícolas por valores até 259% acima do preço de referência no mercado. Os dados foram encontrados em 101 ofícios enviados por deputados e senadores ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).

De acordo com o jornal, ao longo dos últimos três meses, o orçamento secreto de Bolsonaro também atropela leis orçamentárias, já que são os ministros e não os parlamentares que deveriam definir onde aplicar os recursos. Os acordos e o direcionamento do dinheiro não foram públicos, assim como a distribuição não foi igual entre os congressistas, evidenciando um interesse eleitoral do governo.
A deputada Perpétua Almeida comparou o caso ao escândalo do “Anões do Orçamento”, quando um grupo de deputados, conhecidos pela baixa estatura dos integrantes do grupo, nos anos 90, manipulavam o orçamento de forma a beneficiar eles próprios. O caso foi investigado em uma CPI porque o grupo que se locupletava era pequeno. “Agora é política de governo, atinge muitos deputados e senadores”, disse a deputada acreana.

Perpétua Almeida lembrou que cantou a pedra sobre o assunto há cerca de um ano e defende que o setor ético dos apoiadores de Bolsonaro, entre deputados e senadores, se junte à oposição para impedir o que ela considera um escândalo. “A investigação tem que vir de dentro [do governo] para fora. A oposição, sozinha, não tem força para isso”, acrescentou

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