O requerimento que cria a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar indícios de corrupção na Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte (SEE) pode sofrer ao menos uma baixa nas vésperas de sua publicação. E o revés deve vir de onde menos se espera: do deputado Fagner Calegário (Podemos), um dos maiores entusiastas da CPI e que tem feito discursos críticos ao governo, embora esteja em um partido da base.
No domingo, Dia das Mães, ele, que ajudou a dar luz ao requerimento, com sua assessoria conduzindo a coletiva de imprensa onde deputados de oposição defenderam a comissão, teria se reuniu com o governador Gladson Cameli (Progressistas) para tratar da retirada de sua assinatura.
Fonte ligada ao gabinete do parlamentar disse ao ContilNet que Calegário confirmou a possibilidade de dar para trás, o que poderá deixar a CPI à beira da inviabilidade, uma vez que faltaria apenas mais uma retirada de assinatura para que a comissão seja arquivada por falta de quórum.
Para a criação de uma CPI no parlamento acreano são necessárias oito assinaturas. Oposição e deputados independentes conseguiram nove. O requerimento foi feito no dia 20 de abril e até o momento não foi publicado no Diário Oficial da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).
A publicação faz parte do trâmite necessário e sem ela não é possível a homologação da comissão. O deputado Roberto Duarte (MDB), que também assina o pedido, disse que a demora foi proposital para dar tempo ao governo de reverter a quantidade de assinaturas.
O presidente da Aleac, deputado Nicolau Junior (Progressistas), havia prometido despachar a matéria na quarta-feira da semana passada, dia 5, mas só deve fazê-lo nesta semana, após 20 dias de espera.
Com a notícia de que Calegário pode retirar sua assinatura a qualquer momento, a expectativa é que outros deputados façam o mesmo. Na lista de possibilidades, cogita-se Neném Almeida (sem partido) e Jonas Lima (PT).