Além da casa alagada pela água, uma moradora de Manaus teve de lidar com outro problema causado pela cheia do Rio Negro. A cozinha da residência da autônoma Tatiane Baraúna foi tomada por peixes trazidos pela correnteza do rio.
Nesta terça-feira (25), o nível do Rio Negro chegou a 29,91 metros. Já é a segunda maior cheia da história, desde o início dos registros em 1902.
A autônoma vive com a família há 24 anos no Bairro Compensa, um dos 15 afetados pela cheia em Manaus. Além da cozinha, o banheiro e o quarto também estão alagados.
“A partir da semana passada, a água começou a invadir aqui dentro. A gente começou a colocar as coisas para cima, o quarto do meu irmão subiu também”, contou.
Agentes da prefeitura já estiveram no local e cadastraram a família, segundo ela.
Cheia no Amazonas
De acordo com a Defesa Civil, em Manaus, 23.960 pessoas já foram afetadas pela cheia do Rio Negro, o que representa 5.990 famílias atingidas.
No centro da cidade, moradores precisam se adaptar à nova rotina e já utilizam canoas como meio de transporte. Algumas pessoas que tiveram as casas inundadas resistem em deixar os imóveis para trás.
Trabalhadores, especialmente feirantes e carregadores no Centro de Manaus, precisam atravessam as águas para fazer o transporte de variadas cargas.
Em todo o estado, o número de afetados alcança 455 mil pessoas, com mais de 111 mil famílias atingidas. Somente as cidades de Humaitá, Rio Preto da Eva, Presidente Figueiredo e Apuí não reportaram questões relacionadas à cheia.
Maiores cheias do Rio Negro
- 2012 – 29,97 m
- 2021 – 29,91 m
- 2009 – 29,77 m
- 1953 – 29,69 m
- 2015 – 29,66 m
- 1976 – 29,61 m
- 2014 – 29,50 m
- 1989 – 29,42 m
- 2019 – 29,42 m
- 1922 – 29,35 m
- 2013 – 29,33 m
* Com a apuração de Karla Melo, da Rede Amazônica