As mensagens enviadas pela Pfizer ao governo brasileiro, entregues à CPI da Covid, mostram que a farmacêutica fez alerta de que as doses reservadas ao Brasil seriam distribuídas a outros países se não houvesse resposta às propostas.
O último alerta, conforme o roteiro das mensagens obtido pelo blog, foi no dia 24 de novembro de 2020, quando a Pfizer enviou e-mail com os termos atualizados do acordo, lembrando que o prazo de validade era até 7 de dezembro. E que, após essa data, as doses reservadas ao Brasil poderiam ser distribuídas a outros países.
O roteiro traz ainda a informação de que, quando a Pfizer enviou a carta ao presidente Jair Bolsonaro, em 12 de setembro de 2020, o mesmo documento foi encaminhado a diversos secretários do Ministério da Saúde. Na carta, o laboratório cobrava uma posição às propostas enviadas ao longo do mês de agosto, mas que até então não havia recebido uma resposta.
O material enviado à CPI revela ainda que o primeiro contato da Pfizer com o governo brasileiro foi no dia 17 de março do ano passado, quando foi enviado e-mail ao presidente Jair Bolsonaro informando que a empresa estava buscando soluções médicas para combate à Covid-19.
Na avaliação de integrantes da CPI da Covid, fica comprovado que o governo passou a dar respostas às propostas do laboratório apenas depois da entrada nas negociações do ex-secretário de Comunicação Social Fábio Wajngarten, em novembro do ano passado. Até então, a empresa havia também encaminhado mensagens para o presidente da República, sem obter resposta.
Ou seja, somente depois de uma pressão interna é que as propostas começaram a ser tratadas com mais celeridade.
“Houve um lobby dentro do próprio governo para as coisas andarem. O que se passou nisso, precisamos investigar”, disse ao blog um integrante da CPI da Covid.
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