A declaração do presidente Jair Bolsonaro, feita no Piauí na última quinta-feira (21), dando conta e que ele, que está sem partido, poderia voltar a se filiar ao PP (Partido Progressistas), deixou as lideranças locais eufóricas. A mais entusiasmada foi a senadora Mailza Gomes, presidente regional da sigla no Estado.
“Caso o presidente aceite o convite, será bem vindo. Será uma honra recebê-lo no Progressista novamente. O presidente foi por muitos anos deste partido que como ele mesmo disse, um grande partido”, disse a senadora pelo Acre.
O PP é uma das siglas mais tradicionais do Acre e por aqui, nas últimas três décadas, elegeu três governadores e dois senadores, além de vários deputados federais e estaduais.
Jair Bolsonaro disse que o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, quer que ele se filie ao partido. “Fui do PP dele por muito tempo. O Ciro não está apaixonado por mim não, mas está me namorando. Ele quer que eu retorne ao Partido Progressistas. Quem sabe? Se ele for bom de papo, quem sabe a gente volte para lá. É um grande partido”, disse o presidente, nem humorado.
Em março, Bolsonaro disse que estava “namorando” uma sigla na qual poderia ser dono de sua estrutura partidária, mas não revelou qual. Antes já havia dito que, se seu novo partido, o Aliança pelo Brasil, não fosse formado até março, procuraria outro.
Na última semana, as negociações com o PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro) travaram depois de a presidente nacional da sigla, Aldineia Fidelix, discordar das condições estabelecidas pelo chefe do Executivo para comandar o partido. O presidente da sigla com o qual Bolsonaro tinha bois relações era Levy Fidelix, que morreu de covid-19 há um mês.
Bolsonaro quer voltar ao PP porque não quer sofrer reveses como aconteceu no PSL. Por isso, as opções levantadas até o momento foram de siglas menores, como o PMB (Partido da Mulher Brasileira) –que aprovou a mudança de nome para Brasil 35–, o Democracia Cristã e o Patriota.
O PP, porém, tem grande estrutura partidária no país e em especial no Acre. O Partido está presente entre os acreanois desde o bipartidarismo entre Arena (Aliança Renovadora nacional) e MDB (Movimento democrático Brasileiro), no período do regime militar. Ao longo dos anos, o Partido mudou de nome várias vezes, deixando de ser Arena para PDS, depois PPR e agora PP.
Desde que o Acre voltou a eleger governadores de forma direta, de 1982 para cá, a sigla elegeu pelo menos três governadores – Edmundo Pinto, em 1990, sob a sigla PDS; Orleir Cameli, em 1994, sob a sigla PPR, e Gladson Cameli em 2018, já como PP.
O atual governador do Estado foi também um dos últimos senadores eleitos pela sigla, em 2010. O penúltimo foi Jorge Kalume, em 1978.