Criminosos a bordo de lanchas tentaram arremessar uma granada em direção à delegacia da 24ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), no centro de Manaus, na noite deste domingo. Como a sede está situada na orla do Rio Negro, o bando chegou ao local em duas embarcações e disparou contra agentes. Segundo a polícia, um dos criminosos desembarcou de uma lancha e alvejou a delegacia por volta das 20h45. Ele ainda teria tentado atear fogo no prédio, mas teve sua ação inibida por oficiais que perceberam o ataque. Houve intensa troca de tiros no local. A ofensiva, no entanto, não deixou feridos.
Manaus ficou sem ônibus, aulas, e mudou o calendário de vacinação contra a Covid por causa dos ataques, e o governador do estado pediu a Brasília o envio da Força Nacional para reforçar a segurança na capital amazonense.
“O ataque ocorreu na parte de baixo da delegacia por um criminoso que desembarcou. Havia duas lanchas dando apoio. A alta do rio fez com que as águas ficassem bem próximas e permitiu que chegassem perto. O indivíduo disparou e tentou atear fogo. Nesse momento, um policial percebeu a ação e efetuou disparos, iniciando uma troca de tiros. Verificou-se que ele tentou detonar uma granada, mas não conseguiu”, disse o delegado Marcelo Martins.
Após o confronto, os suspeitos fugiram sem serem identificados. Um vídeo feito por um popular flagrou policiais disparando contra criminosos durante a fuga de lancha. Equipes de apoio fizeram buscas na região, mas não localizaram o bando.
O Grupamento de Manejo de Artefatos Explosivos (Marte) esteve na delegacia para desativar o artefato explosivo. As vidraças do prédio foram completamente destruídas.
O atentado é parte de uma onda de ataques iniciada na madrugada de domingo. Criminosos atearam fogo em pelo menos 21 veículos, sendo 14 ônibus e duas viaturas, em represália à morte de um traficante conhecido como “Dadinho”. Agências bancárias, estações de ônibus e prédios públicos também foram alvo. Até o momento, 14 suspeitos foram presos, segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP-AM).
“A gente percebe que a intenção é espalhar o terror, mas não podemos também subestimar. Antes, era impensável um ataque desses aqui em Manaus”, afirmou o delegado.