Ainda em apuração de urnas, Pedro Castillo já fala como vencedor da eleições no Peru

Embora o resultado ainda não seja oficial para as eleições presidenciais no Peru – país que faz fronteira com o Brasil através do Acre, tanto em Assis Brasil como em Mâncio Lima, no Juruá -, mesmo após quatro dias de apuração, o candidato de esquerda Pedro Castillo se apresentou, na manhã desta quinta-feira (10), em Lima, como vencedor do pleito.

A eleição ocorreu no último domingo (6) e a apuração dos votos em cédulas vinha sendo disputada voto a voto entre Castillo e a candidata de direita Keyko Fujimori. Ainda faltam menos de 2% dos votos para ser encerrada a apuração.

A apuração deve ser encerrada hoje com uma pequena margem de diferença a favor de Castillo, um professor da zona rural do Peru e que se apresenta como marxista, de esquerda. Keyko é filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que segue preso, em Lima.

Castillo publicou mensagens em tom de vitória ao alcançar 50,20% dos votos contra 49,79% para Fujimori, após a apuração de 99,9% das urnas após as 2h locais (4h em Brasília) desta quinta-feira (10), segundo o órgão eleitoral peruano (ONPE).

O esquerdista já recebeu o cumprimento do ex-presidente boliviano Evo Morales por sua “vitória”. “Muitas felicidades por essa vitória, que é a vitória do povo peruano, mas também do povo latino-americano que quer viver com justiça social!”, tuitou o ex-presidente esquerdista indígena (2006-2019).

Em uma mensagem para simpatizantes na sede do partido Peru Livre, no centro de Lima, Castillo disse que seus observadores consideram certa a vitória no segundo turno. Ele pediu a seus seguidores que não caiam em provocações e inclusive agradeceu as felicitações por sua “vitória” enviadas por países da América Latina.

“Seremos um governo respeitoso da democracia, da atual Constituição e faremos um governo com estabilidade financeira e econômica”, disse Castillo. “Quero expressar em nome do povo peruano às personalidades de diversos países que esta tarde expressaram saudações ao povo peruano”, acrescentou, em referência a mensagens de “embaixadas e governos da América Latina e de outros países”.

Castillo tem quase 71 mil votos a mais que a adversária, mas a disputa segue aberta, de acordo com fontes da ONPE. As Forças Armadas exortaram “todos os peruanos” a respeitarem os resultados do segundo turno e reafirmaram seu “compromisso de respeitar a vontade cidadã”, em um momento em que circulam nas redes sociais apelos para que os militares impeçam que Castillo assuma o cargo. Keyko Fujimori vem falando em fraudes desde o início das apurações.

Como nas três últimas eleições presidenciais no Peru, quase tão acirradas como a atual, a apuração oficial demora por conta dos votos das zonas rurais, das áreas de selva e do exterior, onde estão registrados um milhão de eleitores.

No exterior, Fujimori tem até o momento 66,48% dos votos, contra 33,51% do candidato de esquerda, com 89,47% destas cédulas apuradas.

“Mas reverter a diferença será muito difícil, devem faltar mais votos por contar do Peru que do exterior”, declarou à AFP o analista Hugo Otero, porque ainda é preciso contabilizar pouco menos de 2% das urnas do Peru, a maioria de zonas remotas que podem representar mais votos para Castillo que aqueles que ainda faltam do exterior.

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