Cinco membros de uma mesma família de brasileiros e dois comparsas serão levados ao banco de réus da 2ª Vara do Tribunal do Júri Popular na 2ª Vara da Comarca de Rio Branco, acusados pela chacina de uma família de bolivianos que morava na fronteira com o Brasil, região da Ponta do Abunã, próximo ao município de Acrelândia, a 100 quilômetros da Capital.
O juiz Alesson Braz, da 2ª Vara do Júri Popular de Rio Branco, recebeu a denúncia do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) e, além de também aceitar o desaforamento do caso de Acrelândia para a capital Rio Branco, estuda o calendário para marcar a data do julgamento, a partir da próxima semana.
Os corpos das vítimas foram achados jogados na mata, num ponto qualquer de um seringal da região. A chacina decorreu do estupro ocorrido contra uma menor boliviana de 14 anos. Ela foi estuprada por um homem que trabalhava na retirada de madeira na propriedade da família boliviana.
Ao chegar em casa e constatar o estupro de sua filho, o agricultor boliviano Carlos Ribas, então com 49 anos, atingiu o agressor de sua filha com uma paulada, conseguiu dominá-lo e o amarrou numa árvore enquanto se dirigia à cidade de Acrelândia para comunicar o caso às autoridades brasileiras. Foi quando o pai e mais três irmãos do homem que estava amarrado, além de mais dois comparsas, que também estavam próximo à área da ocorrência, encontraram o parente amarrado e partiram para a retaliação. Soltaram o agressor e mataram quem encontraram na casa, a mãe da garota estuprada e mais dois irmãos dela. Também atiraram na garota, que sobreviveu mesmo com um tiro no maxilar.
Os corpos foram jogados uma área de mata, mas foram encontrados pela polícia. Os assassinos também incendiaram a casa em que a família de bolivianos vivia.
O Consulado da Bolívia no Brasil acompanha o caso. O governo boliviano tentou levar os acusados para serem julgados na Bolívia, na cidade de Cobija, mas a legislação brasileira não permite e os acusados vão enfrentar o Tribunal do Júri no Brasil, em Rio Branco (AC), a partir da semana que vem.