Assim como Jair Bolsonaro será julgado nas urnas, no ano que vem (se não for impedido antes!), parte dos seus mais duros adversários também o serão. O racha ideológico que dividiu o Brasil (“somos nós contra eles!”), colocou em trincheiras opostas – e trincheiras aqui não é só no sentido figurado – de um lado os bolsonaristas ferrenhos, que se dizem ampla maioria. De outro, os petistas, psolistas e demais partidos de esquerda que juram, inclusive apresentando números de pesquisas do desacreditado Instituto DataFolha, que Lula já está eleito.
No meio dessa guerra, o povo brasileiro assiste, atônito, a se falar muito pouco de Brasil e muito mais de interesses políticos-eleitorais-eleitoreiros. A CPI do Circo, aliás, é o penúltimo exemplo. O último é o besteirol em torno da realização ou não da Copa América no Brasil, uma excrescência no debate nacional e uma vergonha que ruboriza os brasileiros de bem.
As urnas vão dizer, em sua maioria, caso não haja golpe antes, quem merece o aval do povo e quem não merece. Por exemplo: no Senado Federal pelo menos 15 de seus membros, que encerram seu mandato no ano que vem e que precisarão do voto popular para voltarem aos seus cargos, caso não abram mão da reeleição, vão passar novamente no teste das urnas. Entre eles, o rondoniense Acir Gurgacz, que inclusive poderá concorrer ao Governo do Estado. Entre os 15, estão pelo menos dois dos maiores adversários do atual governo, que, caso não disputem outros cargos, tentarão voltar às suas cadeiras, pelo voto popular. São eles o amazonense Omar Aziz e o baiano Otto Alencar.
O ex-governador do Amazonas preside a CPI do Circo, apelidada de CPI da Pandemia e tem sido um algoz de todos os convocados ou convidados que não rezem pela cartilha da oposição; Otto Alencar, que é médico ortopedista, tem atacado duramente qualquer posição pró governo Bolsonaro, na crise da pandemia. Os eleitores vão dizer sim a eles ou os vão defenestrar de suas cadeiras?
Os demais senadores (afora Aziz, Alencar Gurgacz) cujos mandatos terminam em 2022, são os seguintes: Fernando Collor de Mello (PROS); Davi Alcolumbre (DEM); Tasso Jereissati (PSDB), Antonio Anastasia (PSD), Simone Tebet (MDB), Paulo Rocha (PT), Álvaro Dias (Podemos), Romário (PL), Jean Paulo Pratos (PT), Telmário Motta (PSD), José Serra (PSDB) e Kátia Abreu (PP). Outros adversários poderosos do atual governo, como o alagoano Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, terão ainda mais quatro anos de mandato. Os rondonienses Confúcio Moura (oposição ao atual governo) e Marcos Rogério (um dos maiores aliados), também têm mais quatro anos no pós 2022.
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