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Bandeira tarifária sobe 52% em julho e terá nova alta em agosto. Aumento pode chegar a 80%

Por O GLOBO

Embarcação encalhada na barragem da hidrelétrica de Marimbondo praticamente seca, no interior de São Paulo. Baixo volume de represas faz governo acionar termelétricas Foto: Joel Silva/Fotoarena / Agência O Globo

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira o novo valor para a bandeira tarifária, uma sobretaxa que é acionada nas contas de luz quando o custo da geração de energia sobe. Isso está ocorrendo neste ano por causa da crise nos reservatórios das hidrelétricas.

O valor cobrado da bandeira vermelha 2, o patamar mais alto desse sistema, irá subir 52%. A cobrança adicional subirá de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos a partir de julho.

E a Aneel decidiu também que irá tomar uma nova decisão sobre o reajuste nas bandeiras, a valer a partir de agosto. Há a possibilidade de um novo reajuste e que o valor da bandeira vermelha 2 suba para próximo de R$ 11,50, de acordo com cálculos da área técnica da agência — o que seria uma alta superior a 80% em relação aos R$ 6,24 cobrados hoje.

A bandeira tarifária vermelha 2 está valendo desde junho e deve vigorar pelo menos até novembro, quando tem início o período úmido. Com o reajuste das tarifas em julho e agosto, a conta de luz deve ficar em média, 8% mais cara para os brasileiros.

A avaliação é de o valor de R$ 9,49 pode não ser suficiente para cobrir todos os custos decorrentes da geração de energia por termelétricas, daí a necessidade de uma novo reajuste.

A decisão de fazer de discutir o assunto novamente para valer a partir de agosto se deu por questões jurídicas e para dar tempo de abrir uma consulta pública sobre o tema. A decisão do reajuste de 52% para julho foi tomada por 4 votos a 1.

Os valores cobrados nas demais bandeiras tarifárias também foram ajustados.

A bandeira amarela saiu de R$ 1,34 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos para R$ 1,87, uma alta de 39%. Já a bandeira vermelha 1 caiu de R$ 4,16 para R$ 3,97, recuou de 4,5%.

Uma família que consome 150 kWh por mês, dentro da média nacional, pagará mais de R$ 14,23 na sua conta por conta da bandeira vermelha 2.

— Estamos num momento de escassez. Não temos água e a geração de energia está cara por causa das térmicas. O que estamos vivendo é bem parecido com qualquer produto que depende do clima. Consumir energia agora e nos próximos meses está mais caro — disse o diretor-geral da Aneel, André Pepitone.

Ele disse que as bandeiras são uma questão de transparência e sinal de preço para o consumidor.

— A gente não está promovendo aumento porque gosta ou porque quer. o custo está aqui, é uma realidade. Ninguém gosta de anunciar aumento de preço, tanto é que temos um trabalho imenso da Aneel para desonerar tarifa — afirmou.

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