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Coluna do Tião: Queda do ministro Ricardo Salles não inviabiliza obra no AC

Por TIÃO MAIA, PARA CONTILNET

Ricardo Salles não comanda mais a pasta de Meio Ambiente. Foto: Assessoria

Ricardo Salles

A esperada queda do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ocorrida na tarde da última quinta-feira (23), não colocará em riscos os recursos da ordem de R$ 100 milhões para investimentos no Igarapé São Francisco, e no tratamento do esgoto que é jogado in natura dentro do rio Acre, naquele ponto próximo ao Mercado Elias Mansour, bairro Cadeia Velha, em Rio Branco.

É o que garante o senador Márcio Bittar, que lamentou a queda do ministro com o qual havia estabelecido, segundo disse à coluna, uma relação de amizade. O então ministro também foi a Cruzeiro do Sul, em 2019, ver de perto a proposta da estrada ligando o Brasil, através do Vale do Juruá, ao Peru, com a cidade de Pucallpa.

Obra será marca de Bolsonaro na área ambiental

Márcio Bittar disse ainda que os recursos para o Igarapé, na ordem de R$ 50 milhões, foram conseguidos pelo então ministro e que os outros R$ 50 milhões coube a ele ir atrás, na condição de relator do Orçamento Geral da União (OGU) para 2021, o que foi garantido. A obra continuará em andamento por se tratar de um projeto de Governo, de Jair Bolsonaro, e não do Ministério do Meio Ambiente. Por isso, segundo o senador, qualquer ministro que assumir (o novo ministro será o ruralista Joaquim Álvaro Pereira Leite), terá que cumprir esta agenda ambiental com a qual Bolsonaro quer deixar sua marca na área.

Estrada para Pucallpa sobe no telhado

O mesmo não se pode dizer, segundo ainda o senador Bittar, em relação à estrada que ligaria o Brasil, através da região do Juruá, ao Peru, atravessando a Serra do Divisor. E aí a ameaça contra a obra, defendida também por Bolsonaro, não tem a ver com a queda do ministro Ricardo Salles. É que o governo do Peru, na pessoa do equivalente a ministro do Meio Ambiente daquele país, disse que o governo peruano não tem interesse na obra, exatamente por defender a biodiversidade e os índios que vivem na região. Com a vitória do professor Pedro Castillo como novo presidente do Peru, um homem com pendores ideológicos à esquerda e comprometido com esta agenda ambiental, a posição do governo peruano será ratificada.

“Se o governo peruano de fato não quiser fazer sua parte, a estrada fica inviabilizada porque não poderemos fazer nossa parte no lado brasileiro e não prosseguimento no território peruano. Uma pena”, disse Bittar.

Compromisso com a miséria

A posição do governo peruano foi comemorada por lideranças indígenas e por políticos envolvidos com esta agenda ambiental, como os ex-senadores Jorge Viana e Marina Silva, que se manifestaram contra a estrada. “Eles devem ter ficado muito felizes com isso. Não por acaso, a parte mais pobre da Amazônia brasileira, assim como a parte mais próxima da Amazônia peruana, fica naquela região, onde as pessoas estão morrendo de fome. Deve ser com isso que os ex-senadores e as lideranças indígenas devem ter compromissos”, queixou-se o senador.

Índios e o Sendero Luminoso

Sob a liderança do prefeito de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima, deveria ser criado um movimento regional, com o apoio dos prefeitos dos demais municípios do Juruá, que seriam beneficiados com a obra, em defesa da estrada. Agora, que até o senador Márcio Bittar já admite o recuo em relação à obra, o movimento a ser encabeçado pelos prefeitos deve ficar enfraquecido.

O fato é que, desde o governo José Sarney, fala-se nesta obra. Os então presidentes do Brasil e do Peru, o falecido Alan Garcia, estiveram em Pucallpa, num voo a partir de Rio Branco e, na época, concluíram que a estrada não poderia ser feita porque a floresta, na época, abrigava guerrilheiros do Sendero Luminoso, grupo armado que devastou o Peru nos anos 80.

Agora, a desculpa são os índios.

Marina Silva tira casca da queda de Salles

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva disse, nesta sexta-feira (24), que o ex-ministro da pasta Ricardo Salles, foi um “verdadeiro demolidor da política e governança ambiental brasileira”. Segundo ela, Salles atuava como um operador de uma política “nefasta” comandada pelo presidente Jair Bolsonaro. “Uma coisa que a gente tem que ter clareza é que o Ricardo Salles era um operador do presidente Jair Bolsonaro. Quem opera, quem faz o comando dessa política nefasta é o presidente Jair Bolsonaro. Portanto, o atual ministro, se ele quiser fazer alguma coisa, ele vai ter que parar de ouvir o presidente. Porque a estratégia do Bolsonaro é clara: ele quer destruir o meio ambiente”, disse Marina Silva.

Tensão em Brasília pela vacina Covaxim

Brasília está tensa, muito tensa nesta sexta-feira (24) face às declarações do deputado Luis Miranda (DEM-DF) sobre as relações do Ministério da Saúde para a aquisição da vacina indiana Covaxim, contra o coronavirus, cujo contrato teria sido superfaturado na casa dos bilhões. O deputado deve ser convocado pela CPI da Covid no Senado. O secretário-geral da Presidência, ministro Onix Lorenzoni, entrou em campo e acusou o deputado de mentir e de ter fraudado documentos. O deputado, por sua vez, diz que vai derrubar a República.

Pelo sim ou pelo não, o vice-presidente Hamilton Mourão foi visto no Conjunto Nacional, shopping central de Brasília, comprando ternos novos.

PV entre Governo e oposição

O PV (Partido Verde), que integrou a coligação Frente Popular do Acre (FPA) por 20 anos, esteve bem perto de fazer parte da base do Governo Gladson Cameli. Chegaram a haver conversas neste sentido, mas, por razões não explicadas, as negociações não avançaram. Consta que a presidente Shirley Torres teria voltado a conversar com Jorge Viana e com o PT.

No Acre há uma máxima muito usada que também se aplica à política: quem é do mar não enjoa…

No PV, o último a sair, apaga a luz

Por falar em PV, quem está à espera pela chamada janela partidária para poder sair da sigla sem o risco de ter o mandato reivindicado pela direção partidária é o deputado Pedro Longo. Eleito primeiro suplente pela sigla, que assumiu face à cassação da deputada Juliana Rodrigues, da mesma coligação, Longo ficou calado, assumiu mas passou a bater de frente com Shiley Torres desde que assumiu a liderança do Governo Gladson Cameli na Assembleia Legislativa.

Há quem diga que, se for candidato à reeleição, e ele deve ser, o destino do deputado seria o PP. Enquanto isso, no PV vale a máxima segundo a qual o último a sair, apaga a luz.

Neném Almeida no Podemos

O Podemos, Partido presidido no Acre pelo ex-deputado Ney Amorim, conseguiu mais uma filiação de peso no Estado: o deputado estadual Neném Almeida. O Partido passa a ter agora três deputados na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac). Além de Almeida, dispõe de Chico Viga e Fagner Calegário. O ato de filiação de Almeida aconteceu na noite da última quinta-feira (23) na sede da AABB de Rio Branco. Neném foi recebido por um grupo de pessoas que já está integrado ao Partido e foi saudado por Ney Amorim.

Em busca da reeleição

À mesa, além de Amorim, estavam o vereador por Rio Branco Ismael Machado, a secretária de Estado de Empreendedorismo e Turismo e ex-deputada estadual Eliane Sinhasique, e o secretário geral do partido, Oscar Abrantes. Ney Amorim disse que Neném Almeida tem perfil de trabalho e muita vontade de ajudar transformar o Acre para melhor. Neném Almeida, eleito pelo Solidariedade e que entrou em rota de colisão com os antigos dirigentes da sigla, a deputada federal Vanda e seu filho Israel Milani, acabou saindo. Mesmo que os Milani não comandem mais o partido, ele preferiu não voltar. Sabe que, na situação em que está, o Solidariedade dificilmente poderá formar chapa para deputado estadual e ele quer ir buscar a reeleição.

Digam que fico, diz Chico Viga

A novidade, na noite da filiação de Neném Almeida, foi o anúncio do deputado Chico Viga de que ficará no Partido. Nos bastidores, nos últimos dias, havia informações de que Viga iria procurar uma nova sigla para se filiar por problemas com Ney Amorim da época em que ambos foram deputados na mesma legislatura. Na solenidade de filiação de Almeida, Viga fez questão de dizer que fica no Podemos.

Uma chapa poderosa à Assembleia

Com esta filiação, o Podemos deve ter uma das mais fortes chapas para estadual nas eleições do ano que vem. Além dos três deputados já filiados, deve ser candidata também à Assembleia Legislativa a secretária Eliane Sinhasique.
E há quem assegure que, ao final das contas, o ex-deputado estadual Ney Amorim, ao perceber que teria dificuldades para formar uma chapa de federal, acabaria saindo também para estadual.

Márcia Bittar leva jeito

Impressiona a facilidade com que a professora Márcia Bittar tem de se comunicar com as pessoas na sua movimentação para ser candidata ao Senado. Quem a viu em ação em viagens pelo interior do Estado anotou que ela tem traquejo para a política e que, ao longo dos 30 anos em que acompanhou o ex-marido, o senador Márcio Bittar, em diversas campanhas, aprendeu muito.

“Pururuca” anda indócil com alguém

O fisioterapeuta Jeferson Mendonça, conhecido carinhosamente entre os amigos como “Pururuca”, primeiro suplente de deputado estadual pelo PTB, que já chegou a ser suplente tanto na Assembleia Legislativa como na Câmara Municipal, que deve ser candidato mais uma vez em 2022, ao que tudo indica, anda indócil com alguém que lhe prometeu algo e não cumpriu. É o que ele deixa transparecer em postagens em suas redes sociais sempre com indiretas sobre falta de compromisso.

Ao que tudo indica, o eterno suplente era frequentador assíduo da chácara “Boi Cagão”, do senador Sérgio Petecão.
Anda indócil o querido Pururuca.

O vale-gás da Dra. Juliana

A deputada estadual cassada Juliana Rodrigues (PRB), a doutora Juliana, ao que tudo indica, saiu da política à força mas a política não saiu de dentro dela. Mesmo com os direitos políticos cassados, ela se movimenta com a disposição de quem quer voltar a disputar mandatos e já para o ano que vem. No mesmo passo em prepara recursos para recuperar seus direitos políticos, está divulgando ideias de adoção, pelo Governo do Estado, de auxílio de vale gás junto com o auxílio do Cartão do Bem.

Com o preço do produto nas alturas, a ideia da ex-deputada cai como luvas nas mãos de quem precisa.

Rodrigo Pires para estadual

O empresário Rodrigues, de novo filiado ao PSL, deve não ser candidato a deputado federal, como vinha se propondo. Deve disputar uma vaga na Assembleia Legislativa. Percebeu que a chapa do PSL está muito forte e que dificilmente ele teria chances de obter um mando ali. Senão conseguir ser candidato a deputado estadual, ele deve inclusive deixar a sigla.

Rocha é duro mas não é doido…

O que pouca gente sabe é que, na última viagem do governador Gladson Cameli para Santa Catarina e para o Rio de Janeiro, esta semana, quem ficou como governador em exercício o vice Major Rocha. Perdeu quem apostou que ele, na condição como opositor do governador titular fosse promover mudanças no Governo, com demissões de secretários e assessores de Gladson Cameli, como fazia, em sua época, o vice-governador Romildo Magalhães a cada vez que o então govenador Edmundo Pinto viajava.

Um bom sinal. Sinal de que Rocha pode ser duro mas não é doido…

Leo de Brito, o filé de borboleta

Familiares do deputado federal Leo de Brito, incluindo o pai, Tácio de Brito, e o irmão Papito, estão visivelmente preocupados com a segurança do parlamentar depois das ofensas verbais entre ele e deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República. Os familiares pensam em requistar segurança ao franzino deputado, já que Eduardo Bolsonaro, além de agente federal e andar sempre armado, é um guarda-roupa ambulante, enquanto Leo de Brito está fisicamente mais para um corredor queniano ou mesmo o chamado filé de borboleta.

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