26 de abril de 2024

Com diferenças no ensino das redes pública e privada, Enem fica mais desigual

A primeira metade da preparação para o Enem 2021 , cujas inscrições abrem depois de amanhã, foi marcada por desigualdade no acesso às aulas presenciais entre redes públicas e privadas. As provas do exame estão marcadas para os dias 21 e 28 de novembro.

Em 2021, enquanto 18 redes estaduais tiveram até agora 100% das aulas de forma remota, todas as particulares já foram autorizadas a passar para algum formato híbrido, no qual pelo menos parte das atividades é feita dentro da escola.

E apenas duas delas foram vetadas de aulas presenciais por mais de 50% dos dias letivos: Rio Grande do Norte (55%) e Bahia (53%).

O caso mais discrepante é em Alagoas. Lá, todos os 100 dias letivos — metade do ano escolar, até a última sexta — foram feitos de forma remota pela rede pública, e híbrido pela privada.

São Paulo, por outro lado, manteve as duas redes autorizadas a funcionar presencialmente, com 35% de alunos em sala, o ano todo — no pico da pandemia, em março, suspendeu as aulas, mas antecipou o recesso escolar.

Pela primeira vez em 2021, as redes privadas de todos os estados estão há 30 dias sem interromper o ensino híbrido.

Já as públicas, em geral, são vetadas por não garantirem condições ideais de infraestrutura para abrirem em segurança.

“O impacto dessa diferença vai ser enorme no Enem”, analisa Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da FGV.

Na avaliação de Ademar Batista Pereira, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), é possível manter as escolas funcionando com protocolos rígidos:

“O país precisa controlar a pandemia, e cada escola precisa adotar medidas com disciplina. Aquelas que têm mais espaço, podem colocar mais alunos em sala. Mas as menores precisam restringir mais”.

Aluna do colégio Mopi, no Itanhangá, Zona Oeste do Rio, Giulia Kim, de 17 anos, já estuda no modelo híbrido desde setembro do ano passado, quando terminou o 2º ano do ensino médio.

Em 2021, o modelo foi interrompido apenas quando o estado determinou a antecipação de um feriadão para conter o aumento de casos no RJ.

“Estudo na parte da manhã, de tarde e de noite e tenho aulas presenciais à tarde duas vezes na semana. Tento dormir cedo para render bastante no dia seguinte”, diz a jovem, que se prepara para seu primeiro Enem.

Na cidade do Rio, a prefeitura já liberou que escolas funcionem com apenas um metro de distanciamento entre as carteiras.

Com isso, algumas já decidiram que, após as férias de julho, vão acabar com o rodízio e abrigar turmas inteiras.

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