Na sua passagem pelo Acre, no início da semana, o advogado Antônio de Rueda, primeiro vice-presidente e presidente em exercício da executiva nacional do PSL, disse, em entrevista exclusiva ao Contilnet, que o vice-governador Major Rocha ou qualquer outro militante ou filiado, vai ter que acatar as decisões tomadas pela direção partidária ou terá que dar o prazer de sua ausência à sigla. E uma das decisões do partido, a partir de agora, é formar a base de apoio ao governo de Gladson Cameli, a quem o vice-governador se declara em oposição.
A seguir, os principais trechos da entrevista de Antônio de Rueda sobre este e outros assuntos:
ContilNet – Qual o significado de presidir um partido de caráter conservador num país que clama por mudanças profundas nas mais diversas áreas da sociedade, na economia, na política e em diversos outros setores? O que esperar do conservadorismo em relação às mudanças que o país precisa ?
Antônio de Rueda – Penso que um partido é instrumento da democracia. O PSL é um partido que prega o liberalismo. Desde 1998, quando ocorreu sua fundação, tem se preocupado com liberdade econômica com fins social. Ser dirigente de um partido como o nosso é muito bom por podermos exercitar a democracia e ajudar a construir um projeto de Brasil.
ContilNet – O fato de o presidente Jair Bolsonaro ter sido eleito pelo PSL e depois ter saído, isso ajudou ou prejudicou o partido?
Antônio de Rueda – A eleição do presidente pelo PSL trouxe ao partido um tamanho, em 2018, que nos transformou no maior partido de centro-direita do país. Ele achou por bem se retirar do Partido, mas, para o PSL, foi muito bom. O partido está no campo da direita e vai continuar trabalhando pelo Brasil.
ContilNet – Se ele quiser voltar para o partido, teria aceitação?
Antônio de Rueda – Nós conversamos muito com o presidente sobre isso e concluímos, por essas conversas, que ele seguirá para outra agremiação. O filho dele, senador Flávio Bolsonaro, já se filiou ao patriotas e achamos que será o caminho dele.
ContilNet – O PSL terá candidato a presidente da República?
Antônio de Rueda – Esta é uma discussão que será feita no tempo devido e na executiva nacional, a instância legítima para este tipo de debate sobre composições. O PSL deverá seguir o caminho de apoiar o presidente Bolsonaro ou apoiar um candidato de direita, jamais alguém da esquerda. O melhor projeto para o brasil é aquele que o PSL vai acompanhar.
ContilNet – Aqui no Acre, o PSL entra no projeto de reeleição do governador Gladson Cameli e é claro que, em troca, vai querer participar do governo. Como se dará a participação do partido no Governo estadual?
Antônio de Rueda – Estivemos com o governador Gladson Cameli há 15 dias atrás em Brasília e firmamos um compromisso de que o PSL fará parte do arco de aliança do governo dele, inclusive no projeto de reeleição. A ideia é que indiquemos o vice da chapa do Gladson.
ContilNet – Mas quem seria o vice nesta composição já que o indicado, o secretário Alysson beste4ne, não se filiou? Ele vai se filiar ainda?
Antônio de Rueda – A ideia é que o indicado seja o Alysson. O quer a gente conversou é que o se filiaria ao PSL. Se ele não se filiar, vamos indicar um candidato do nosso grupo.
ContilNet – Como é que o senhor pensa em administrar esta crise entre o vice-governador e o governador. Filiado ao PSL, o vice se declara em oposição ao Governo que o PSL passa a apoiar?
Isso a gente vai pensar daqui para frente e vamos contornar isso, A ideia é apoiar o governador. Quem não tiver alinhado a isso, a gente vai liberar para sair. O partido até aceita divergência, não oposição. O projeto aqui é um: a gente está caminhando para seguir com o Gladson. A gente não pode acender uma vela para Deus e outra para o diabo.
ContilNet- Os senhores terão candidatos ao Senado?
Antônio de Rueda – A gente está estudando a possibilidade. Mas, no momento, trabalhamos para indicar o vice e montar a chapa para estadual e federal.