Desvio de bilhões na pandemia: em cada levantada do tapete sente-se o cheiro da podridão

Claro que não se deve fazer julgamentos precipitados, até porque já se assistiu inúmeras operações midiáticas, tanto da PF quanto do Ministério Público, com pessoas presas e expostas à execração pública que, depois, em julgamentos em instâncias iniciais e superiores, acabaram sendo inocentadas, embora seus nomes já estivessem sido jogados na lama. Mas no caso das denúncias de inúmeras irregularidades, de roubalheira, de desvios de milhões de reais, crimes cometidos por políticos e empresários, desviando dinheiro que deveria ter sido usado para combater a pandemia, que poderia ter salvo muitas vidas, as provas são tão imensas e em número tão enorme, que não há como se dizer que está havendo injustiças na maioria dos casos. O Amazonas e de Manaus, especialmente, são apenas a ponta do iceberg do que foi feito no Brasil, com os bilhões de reais que o governo federal destinou para a guerra contra o vírus e que, em boa parte, foram desviados. Em muitos casos, como pura corrupção mesmo. Em outros, o dinheiro foi usado até para pagar salários atrasados do funcionalismo, o que é um absurdo, uma aberração, já que os recursos tinham destino claro e objetivo, para ser aplicados em busca de soluções para a crise da Covid 19. Nesta semana, mais uma grande operação em terras manauaras deixou claro que há algo de muito podre no reino da Dinamarca. Ali, o governador do Estado; seu secretário de saúde (considerado foragido pela Justiça); o prefeito de Manaus e assessores, além de empresários, são acusados de se locupletarem e de meterem a mão no sagrado dinheiro do combate ao coronavírus. Um dos empresários, em cuja casa houve busca e apreensão pela PF, cumprindo ordem judicial, recebeu os federais à bala. Disse depois que confundiu os federais com bandidos. Embora ninguém tenha sido ferido e o suspeito preso, todo esse pacote de reações mostra que, ao se levantar apenas a ponta do tapete, já é fácil se sentir o cheiro da podridão.

Por isso também não se compreende a guerra política na CPI do Circo, apelidada de CPI da Pandemia, cuja maioria dos integrantes faz malabarismos (coisa circense, com o perdão do trocadilho!), para que alguns governadores não sejam ouvidos. Há imensas suspeitas no Rio de Janeiro, no Pará, em Alagoas, no Distrito Federal, principalmente, de que houve sim enorme derrama do dinheiro público, desviado de suas verdadeiras missões. Mas como a CPI não é séria e nada tem de defesa dos interesses nacionais, vê-se logo que não há intenção alguma em investigar os que são suspeitos de tantos desvios. A missão, espúria, é de tentar atingir apenas o governo. Seria cômico, não fosse trágico.

Clique AQUI para ler matéria completa

 

PUBLICIDADE