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Ex-comandante da PM-MS acusado de extorsão terá quebra de sigilo telefônico

Por LÚCIO BORGES ORTEGA - CORRESPONDENTE MS

CAMPO GRANDE (MS) – O ex-comandante da PM-MS (Polícia Militar de MS), coronel José Ivan de Almeida, 66 anos, e mais dois Sul-matogrossenses estão sendo acusados do crime de extorsão e ameaças de morte, desde o mês passado, quando até foram presos. Assim, o delegado Fábio Peró, do Garras (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), está investigando suposta quadrilha de extorsão, que envolve o coronel, que também já foi deputado estadual em Mato Grosso do Sul.

Nesta terça-feira (22), foi anunciado o pedido da quebra de sigilo telefônico do trio. Peró diz que a ação contra Cel Ivan e outros três acusados, se faz necessária para o aprofundamento das investigações, sendo que o MPMS (Ministério Público Estadual) opinou pelo deferimento da quebra dos sigilos, sendo concedido na última sexta-feira (18).

Conforme demanda, foi feito o pedido da quebra de sigilo telefônico do ex-comandante da PMMS, de Reginaldo Freitas Rodrigues, e Patrick Samuel Georges Issa, acusados do crime de extorsão contra empresários. Todos chegaram a ser presos no final de maio deste ano, mas conseguiram a liberdade logo depois.

O caso por possível cobrança de R$ 80 mil, que levou para cadeia o ex-comandante da PM  se iniciou ou veio a tona, após empresário procurar o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) para fazer a denúncia de extorsão feita pelo grupo identificado ‘braço armado’ de Patrick. “Na denúncia o empresário, diz que passou a sofrer ameaças desde 2020 quando teria feito junto de seu sócio negócios com Patrick, no valor de R$ 80 mil, mas que passou a ser extorquido a pagar valores muito elevados de cobrança pelo empréstimo”, registrou o delegado em depoimento da vitima.

Ameaças feitas de ‘pendurar família’

Segundo os relatos dos sócios, em uma das reuniões que tiveram com Flávio Jamil Georges, o ‘Flavinho’ ainda em 2020, este teria dito que os empresários precisavam dar um jeito de pagar Patrick, que era uma pessoa muito ‘problemática’, sendo que os dois entraram em contato com Patrick para tentar a negociação dos valores que já ultrapassavam os R$ 281 mil.

Em uma das reuniões segundo a vítima, o coronel Ivan teria se apresentado como ‘Diogo’ e que seria advogado de Patrick sendo descoberto depois que na realidade se tratava do ex-comandante da PMMS. Já quando foi até a casa da vítima fazer a cobrança, o coronel Ivan teria dito, “vim aqui para pendurar você, pendurar sua filha e sua mulher”.

Eles queriam levar a camionete da vítima que estava na garagem como forma de pagamento da dívida dos sócios a Patrick. Um outro ‘cobrador’ que estava junto do coronel ainda teria dito, “você sabe o que acontece quando mexe com esse pessoal”. Patrick já havia dito anteriormente para a vítima, que “defunto também paga a conta”.

Extorsão

O coronel já havia participado de outra extorsão a vítima dias antes e uma segunda tentativa de extorsão nesta quarta (26), quando foi preso em flagrante pelo crime. A vítima tinha câmeras na casa e acabou filmando a extorsão praticada pelo coronel e pelo policial civil Reginaldo Freitas Rodrigues, fazendo a denúncia ao Garras e Gaeco.

Durante a prisão do coronel, as equipes fizeram buscas na casa do militar, onde teria sido apreendido um revólver calibre 38. Na casa de Patrick também teriam sido apreendidas armas de fogo. Ele preferiu ficar calado durante depoimento na sede do Garras.

Outras suspeitas

O cel Ivan, que também já foi deputado estadual, é alvo de ação por acusação de enriquecimento ilícito, no mesmo processo em que figura  o ex-major Sérgio Roberto de Carvalho, hoje considerado um dos maiores traficantes da Europa, que está sumido.

O oficial da reserva também foi apontado como envolvido com a máfia dos caça-níqueis, em 2007.

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