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‘Fungo Negro’ pode ter chegado a MS em 1º caso suspeito na Capital

Por LÚCIO BORGES ORTEGA - CORRESPONDENTE MS

CAMPO GRANDE (MS) –  Após ganhar noticias nos últimos dias por causa da ocorrência de casos na Índia, e que teria chegado já ao Brasil, a infecção apelidada de ‘Fungo Negro”, parece que veio direto a Mato Grosso do Sul. Paciente de 71 anos internado em Campo Grande com Covid- 19, apresentou suspeita de contaminação pela nova enfermidade, que é infecção oportunista em pacientes acamados pelo coronavirus. Veja abaixo explicações da doença.

A enfermidade se chama “mucomircose”, sendo uma complicação grave, que  pode levar os acometidos à necessidade de mutilações e até matar. A notificação do novo problema de saúde sai extraoficialmente, em documento vazado, chamado “comunicação de risco”, do Cievs-MS (Centro de Informaçãos em Vigilância Sanitária de Mato Grosso do Sul). Há a confirmação da notificação do “provável” caso, que saiu na noite desta terça-feira (1).

No documento divulgado à área técnica, o Cievs alerta para a coleta de material e envio ao Lacen (Labotatório Central de MS) o mais rápido possível. Podem ser usados para a detecção do fungo material como escarro ou secreções colhidas do nariz, por exemplo, e ainda em lesões de pele e mucosas.

O ‘Fungo Negro’ é considerado uma infecção oportunista, sendo tratado como uma consequência grave que está atingindo vítimas do pandemia do Covid 19. A infecção pode começar com um problema de pele, mas pode se espalhar para outras partes do corpo e até matar.

No Brasil, até o ultimo balanço, haviam sido 29 registros.

O que é e o que se faz

Para o secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende, a suspeita acende um alerta para o Estado e o caso será acompanhado nos próximos dias.

As pessoas contraem mucormicose respirando os esporos fúngicos que ficam no ar.Essas formas de mucormicose ocorrem, geralmente, em pessoas que têm comorbidades ou utilizam medicamentos que diminuem a capacidade do corpo de combater algumas doenças.

Conforme alerta de texto vazado do Cievs “O tratamento envolve remover cirurgicamente todos os tecidos mortos e infectados. Em alguns pacientes, isso pode resultar em perda da mandíbula superior ou às vezes até mesmo do olho”.

Para o tratamento, são necessárias pelo menos um mês, ou quatro semanas, de terapia antifúngica intravenosa, além de equipe multidisciplinar por afetar mais de um órgão. Assim, a cura também pode envolver de 4 a 6 semanas de terapia antifúngica intravenosa e requer equipe de microbiologistas, especialistas em medicina interna, neurologistas intensivistas, oftalmologistas, dentistas e cirurgiões.

Sintomas

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, os sintomas se iniciam com dor orbital unilateral ou facial súbita, podendo conter obstrução nasal e secreção nasal necrótica.

Existe a possibilidade de ocorrer lesão lítica escura na mucosa nasal ou dorso do nariz, celulite orbitária e facial, febre, ptose palpebral, amaurose, oftalmoplegia, anestesia de córnea, evoluindo em coma e óbito.

O paciente

O idoso de Campo Grande com suspeita de estar com o fungo negro está internado, sendo ainda diabético e hipertenso. O doente passou a ter sintomas de Covid-19 em 9 de maio e teve o diagnóstico confirmado no dia 18.

Ele havia tomado as duas doses de vacina contra o coronavírus em março e abril. A suspeita se mucormicose surgiu em 28  de maio, no olho esquerdo.

Hoje, segundo quadro descrito, está em ventilação mecânica, sem condições para transferência para instituição de maior complexidade.

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