Emoção e indignação. Assim foi a vacinação do autônomo Lustosa Leão na última sexta-feira (18), durante o mutirão promovido pelo governo do Acre em frente ao Palácio Rio Branco, no Centro da capital.
O homem de 55 anos foi sozinho tomar a vacina da Astrazeneca e chorou ao lembrar que quase meio milhão de brasileiros não terão a mesma oportunidade que ele, pois partiram em decorrência do vírus.
“Fiquei emocionado porque estou vendo a ciência vencendo a estupidez”, disse Leão, que, felizmente, não chegou a perder parentes para o coronavírus, diferente de outras 1.700 famílias acreanas.
Ele acredita que boa parte das mortes poderia ter sido evitada não fosse a “negligência e omissão” do governo federal. “Nós temos um presidente irresponsável e um governo federal cruel que não tratou sério a pandemia. Não tenho partido político, essa é uma questão de coerência e bom senso”, protestou.
Para ele, a vacina contra a Covid-19 é uma necessidade básica que não deveria ter sido negligenciada. “A CPI da pandemia mostra que a negligência é fato. Houve oferta de vacina, mas o governo não levou a sério a doença, tratando como uma gripezinha. O resultado disso está aí. Milhares de famílias sofrendo”, disse o homem, às lágrimas.
Apesar de alto número de mortes e da terceira onda batendo à porta no país, Leão não perdeu o otimismo e a esperança. “Graças a deus a vacina chegou e logo vamos estar todos imunizados para ano que vem nos livrarmos dessa pandemia”.
O mutirão de vacinação teve duração de 48 horas e se encerrou na manhã de sábado (18). Foram contempladas pessoas de 45 anos para cima.