O comércio deve acenar positivamente nos próximos meses, mesmo que de forma tímida. Esta foi a avaliação do consultor da presidência do Sistema Fecomércio/AC, Egídio Garó, nesta terça-feira, 22, quanto à Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pelo Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Na ocasião, o indicador ficou em 67,5 pontos, ainda o menor nível desde agosto de 2020 e, apesar da melhora, trata-se do pior junho da série histórica (2010) e houve retração de 2,6% em relação ao mesmo período de 2020.
Mesmo assim, os brasileiros voltaram a mostrar disposição para consumir após duas quedas seguidas. Ainda de acordo com a CNC, o incremento no otimismo dos consumidores acompanha a percepção mais positiva sobre indicadores econômicos e medidas do governo para mitigação de impactos da pandemia, como o investimento no auxílio emergencial e outras iniciativas sociais. Mas a consolidação de um indicador positivo ao longo do ano depende da reativação da circulação nas ruas.
Para Egídio, no Acre, a mudança de faixa para amarela ajudou muito ao comércio, que passou a funcionar em horário expandido. “Consequentemente, a circulação de pessoas, que também aumentou por conta da minimizaçao das restrições, contribuiu para a intenção de consumo das famílias, tanto no nível atual quanto na intenção de consumo futura”, explicou.
Garó explicou que, quando se associa os dados da ICF aos da Pesquisa Mensal do Comércio (IBGE), pode-se observar que, tanto a intenção de consumo quanto o comércio apresentam pequena recuperação a partir do mês de março. “Acenando positivamente para a continuidade dos indicadores positivos para os próximos meses”, refletiu.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, afirmou que este é mais um indicador capturado pela Confederação e que mostra como a população não pode deixar de consumir. “Em junho, temos uma data importante para o varejo e o setor de serviços, que é o Dia dos Namorados, que este ano voltou a ficar aquecida mesmo com a circulação afetada. Acreditamos que, com o avanço da vacinação no País, a gente possa chegar a um cenário muito mais próspero no fim do ano”, pontuou.
Percepção sobre emprego volta a subir
Este mês, todos os subitens da pesquisa ICF apresentaram crescimento. Apesar da reação, a maioria dos respondentes (43,2%) apontou que a renda de sua família piorou em relação ao ano passado, contra 42,9% no mês anterior e 37,9% em junho de 2020. No entanto, com o ajuste de sazonalidade, o índice apresentou um crescimento de 1,5%.
A maior parte dos entrevistados (35,5%) também respondeu que se sente tão segura com seu emprego quanto no ano passado, maior percentual da série histórica e uma proporção acima do mês anterior (34,3%) e do que em junho passado (31,3%). Ao contrário de maio passado, quando o item havia sido destaque negativo, em junho o tema voltou a ser o maior marco do mês.