Come quieto
A julgar pelo que é divulgado na imprensa, Gladson está muito na frente na Petecão na construção de sua base política para disputar as eleições do ano que vem. Mas se engana quem acha que Petecão não tem se movimentado. Questionei o senador sobre suas articulações e ele foi taxativo, “estamos trabalhando muito. Saímos na frente de todos”. Porém, não entregou o jogo de como e com quem as articulações de sua campanha estão sendo construídas. O famoso come quieto.
Galinha dos ovos de ouro
O PSL é o partido mais cobiçado e o que mais cresce no Acre. Muito por conta de um fundo eleitoral, que beira os R$ 10 milhões, coisa que nenhum partido nunca viu por aqui. A organização do partido também é de dar inveja, a chapa para deputados – federal e estadual – já está praticamente montada. O presidente da sigla, Pedro Valério, quer eleger dois deputados federais e três estaduais. Valério, inclusive, mesmo sem mandato ou poderio econômico disputou a presidência do PSL contra o vice-governador Major Rocha e levou a melhor. É o famoso ‘duro na queda’.
Juruá
Nem só de Rio Branco vive o PSL, em Cruzeiro do Sul o partido deverá ter um nome de peso para disputar uma vaga na Câmara Federal. Trata-se da ex-vereadora Lucila Brunetta. É uma das lideranças políticas mais queridas do Juruá, principalmente entre os profissionais da área de saúde.
Bomba
Pelo menos cinco nomes famosos da política acreana estão envolvidos em um processo bombástico que deverá ser estourado pela Polícia Federal ainda este ano. Quem conhece conta que um ex-procurador do estado fez a deduragem à PF. Mas uma coisa é certa, se o principal acusado cair, o maior cacique do bando também despencará. O problema é que traição só mesmo Jesus Cristo perdoou. Principalmente quando a pessoa pensa que é da confiança de seu senhor e sabe que ele o entregou. Até a bomba de Hiroshima perde diante do estrago que está por vir.
Xepa
Pra quem não sabe, os frascos de vacina contra a Covid-19 não são de dose única, cada um deles comporta uma determinada quantidade de doses. Ao fim do dia, alguns desses frascos que não foram usados completamente apresentam uma sobra, que por conta do prazo de validade precisariam ser descartados. A alternativa encontrada para aproveitar a sobra é a famosa “xepa da vacina”, que destina os imunizantes para pessoas que estão fora dos grupos prioritários. Em alguns estados, a xepa vem funcionando de forma bastante eficaz e organizada, com cadastro e lista de espera. Em Rio Branco, a prefeitura informou que essas sobras são aplicadas em profissionais da Saúde que ainda não foram vacinados. Mesmo assim, a vereadora Michelle Melo quer explicações. A parlamentar apresentou um requerimento solicitando que a Saúde municipal explique como está aproveitando as doses e quais grupos já foram beneficiados. Algo que a prefeitura já poderia ter feito e divulgado amplamente. Falta transparência.
Martelo batido
Depois de muita especulação sobre quando o secretário de Saúde do Acre, Alysson Bestene, deixaria a pasta, enfim o governador bateu o martelo: semana que vem. Como previsto, Alysson vai para a Secretaria de Assuntos Estratégicos, cargo atualmente ocupado por Moisés Diniz. Para o lugar de Bestene na Saúde, Gladson confirmou o nome da atual adjunta, a médica Paula Mariano.
Salseiro
Hoje, a Câmara Federal foi palco de um bate-boca daqueles. Os protagonistas da briga foram o deputado acreano Léo de Brito (PT) e o também deputado e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Durante a fala do acreano, que criticou as fake news espalhadas e orquestradas por apoiadores do presidente, o 03 não gostou e partiu pro ataque, acusando o partido de Léo de ter assaltado o Brasil com esquemas de corrupção. “Você é filhote de genocida”, respondeu o petista. A briga teve que ser apartada pelo presidente da audiência, o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ).
Pauta indígena
Se ontem, a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) saiu em defesa dos indígenas durante uma manifestação em Brasília, que foi reprimida com violência pela polícia, hoje não foi diferente. Dessa vez a defesa foi feita na tribuna da Câmara Federal. A deputada, acompanhada de um exemplar da Constituição Federal, questionou o PL 490, que quer alterar os critérios para demarcação de terras indígenas no país. Perpétua reclamou que o governo não promoveu sequer uma audiência pública para tratar sobre o assunto com os principais interessados, os indígenas.
Pauta indígena 2
Em Brasília, Francisco Piyãko, coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá, e Sonia Guajajara, coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, foram até o STF contra a construção da estrada que quer ligar o Brasil ao Peru passando por dentro do Parque Nacional da Serra do Divisor. A dupla foi recebida pelo ministro Luiz Fux, presidente do STF.
Peru contra
Quem também se posicionou contra a construção da estrada foi o governo peruano. Em conferência, ministro peruano do Meio Ambiente, Gabriel Quijandría, alegou que a estrada pode incentivar o desmatamento ilegal e o tráfico de drogas na região. “Se não estiver claro sobre que tipo de desenvolvimento quero alcançar em um território e não estou claro sobre as características desse território, estou provavelmente propondo infraestruturas que não preciso”, disse o ministro.
Lamentou
Maior entusiasta do projeto pelo lado brasileiro, o senador Márcio Bittar (MDB), não gostou do posicionamento do governo peruano. O senador lamentou a decisão, mas ainda acredita em um desfecho positivo envolvendo os estado do Acre e Ucayali. Com a negativa do Peru, a situação fica muito mais difícil. Ninguém quer trafegar em uma estrada construída pela metade.
Cobrança
O deputado estadual Roberto Duarte (MDB) quer que o governo estadual apresente comprovantes de pagamento dos trabalhadores terceirizados da UPA de Cruzeiro do Sul. A queixa do deputado é que o governo diz que pagou e os trabalhadores dizem que não receberam. Se o problema estiver nas terceirizadas, caso estejam recebendo os pagamentos e não repassando para os trabalhadores, Duarte vai acionar a Justiça contra as empresas.
Sem vacina
Depois de uma boa aceleração na campanha de vacinação contra a Covid-19, a prefeitura da Capital precisou suspender a aplicação da primeira dose da vacina por falta do imunizante. De acordo com a Saúde municipal, o estoque de vacinas destinadas a primeira dose zerou após os mutirões realizados na capital no último fim de semana. O deputado Jenilson Leite (PSB) tinha razão quando pediu pra o governador não desistir de comprar mais vacinas.
Todo cuidado é pouco
Quem anda pelo interior do Acre percebe a insatisfação das lideranças que apoiaram o governador Gladson Cameli nas eleições passadas. De norte a sul do estado as críticas são ácidas. Gladson precisa urgentemente tomar as rédeas da articulação política. A coisa está feia pro lado dele. Para se governar, precisa-se de pessoas que não estejam ao seu redor apenas para dizer amém, que está tudo certo, divino e maravilhoso. Cameli precisa ter gente que tenha coragem para contar a realidade sobre a insatisfação de aliados, que estão somente assistindo gente que não deu um prego numa barra de sabão se dar bem.
Sabido
Não se pode, nunca, subestimar o ex-senador Jorge Viana (PT). O grupo de Jorge comandou o Acre por quase 20 anos e sabe aonde moram as andorinhas. Nunca ninguém, além da ditadura militar, foi tão longe. Com o cenário ainda indefinido, se disputa o senado ou o governo, o certo é que o nome de Viana vem sendo muito lembrado, sobretudo para disputar o governo em 2022. Ouvi clamor até de pessoas que ocupam cargo no atual governo. Sabido do jeito que é, vai esperar o momento certo – e as pesquisas – pra decidir a que cargo vai concorrer.