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Vítima de estupro sobre morte de Lázaro: “Primeira noite sem pesadelo”

Por METRÓPOLES

Movimentação em Águas Lindas após captura de Cidadãos acompanharam a megaoperação policial para prisão de Lázaro. Ele foi morto durante troca de tiros. Foto: Rafaela Felicciano/Metrópes

O fim da caçada a Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos, morto pela polícia na manhã de segunda-feira (28/6), trouxe maior sensação de segurança a vítimas do criminoso. Abusada sexualmente por ele em 2009, uma moradora de Ceilândia, de 31 anos, hoje diz que “o dano não foi reparado, mas é como se tirasse um peso das costas”.

“Eu esperava que ele fosse preso para pagar pelos crimes que cometeu. Não queria esse desfecho (morte). Mas, agora, ele não vai fazer mal a ninguém”, disse a mulher, que pediu para não ser identificada.

Aos 19 anos, a vendedora foi violentada por Lázaro e pelo irmão dele, Deusdete, morto há cinco anos. À época, a dupla agiu de forma semelhante ao atual modus operandi do maníaco. Os irmãos invadiram uma casa no Sol Nascente e fizeram a família refém. A mulher visitava primos e tios. Todos foram despidos e trancados no banheiro. Os dois criminosos estavam com espingarda e facas.

Depois de passarem cerca de uma hora procurando algo de valor na casa, eles decidiram levar a vítima para fora da residência, até a beira de um córrego, onde a estupraram. “O Lázaro é cruel mesmo. Sempre agiu do mesmo jeito: rouba carro, some no meio do mato e, depois, some para outro estado”, comentou. “Ninguém fala do irmão dele, mas ele também era um monstro e ainda pior do que ele”, acrescentou a mulher.

Hoje, ela acredita que Lázaro pode ter cometido crimes a mando de alguém. “Quando ele invadiu a casa do meu tio, bateu muito nele, cortou a minha tia com um facão e trancou todo mundo pelado no banheiro. Levou dinheiro e celulares. Ele falou para mim, no mato, que um policial tinha encomendado a morte do meu tio (que não chegou a ser morto). Mas nunca soubemos de investigações sobre isso, foi algo que não deu em nada”, lamentou.

Doze anos depois de ter sido vítima do agressor, quando soube da chacina no Incra 9, que resultou na morte da família Vidal, em 9 de junho, a moradora de Ceilândia diz que voltou a ter dificuldades para dormir e passou a ter crises de ansiedade.

“Mexeu muito comigo, fiquei muito abalada, abatida. Eu me imaginei no lugar dessa família […] Quando ocorreu isso, procurei a delegacia, porque fiquei chocada ao saber que ele estava solto. Fui atrás de saber o que tinha acontecido, e a delegada falou que o irmão dele morreu há cinco anos”, contou.

“Senti medo, porque, aparentemente, ele estava acompanhando as redes sociais, a televisão. Eu estava tendo pesadelos, não dormia bem. Essa agora foi a primeira noite (28/6) que dormi sem ter pesadelo, depois de muitos dias”, completou a vendedora.

Hoje, casada e mãe de um filho, ela pensa na família e diz que está “muito aliviada” em poder voltar a viver sem medo. “O dano não foi reparado, jamais vai ser, mas é como se tirasse um peso das costas”, finalizou.

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