O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, disse nesta quarta-feira que a implementação do voto impresso seria um retrocesso que ampliaria os riscos de fraudes e pioraria o processo eleitoral no país.
Em audiência na comissão geral da Câmara dos Deputados sobre combate às fake news, voto impresso e sistemas eleitorais, ele voltou a defender que o processo atualmente em vigor, com as urnas eletrônicas, “é seguro, transparente e, acima de tudo, auditável”.
O ministro listou todas as etapas de auditoria a que os equipamentos eletrônicos são submetidos antes do dia das eleições e destacou que, como as urnas não são conectadas à internet, não são passíveis de invasões por hackers. “O tribunal tem participado do debate público no sentido desfavorável ao voto impresso, mas essa é uma decisão política. Agora, se o Congresso Nacional aprovar e o Supremo Tribunal Federal (STF) validar, vai ficar bem pior — parecido com o que era antes”, frisou.
Barroso afirmou que uma das preocupações do TSE é o custo para a implementação da medida, estimado em R$ 2 bilhões. O ministro lembrou que, por falta de dinheiro, o governo não realizou o Censo e as Forças Armadas não puderam proteger comunidades indígenas. “Então, talvez essa não seja a melhor alocação de recursos no momento, mas esse é um problema dos senhores. O nosso problema, no tribunal, é a dificuldade administrativa. Teremos que fazer licitação, elaborar projetos, fazer testes – o procedimento não é banal”, afirmou.
O ministro deixou claro, porém, que, se o Legislativo aprovar o voto impresso, não há risco de o TSE ignorá-lo. “Em boa fé, vamos tentar cumprir, e é possível haver representantes da Câmara e do Senado acompanhando cada etapa.”
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