A linda cerimônia de abertura das Olimpíadas reuniu diversos pontos da cultura japonesa, como vestimenta, arquitetura, luzes e o artesanato. O evento não deixou de retratar a dificuldade dos atletas na preparação e de lembrar as vítimas da Covid.
Sem a inédita participação de público. Por conta da pandemia, a arena não pode contar com os adeptos que, mesmo assim, comparecem ao Estádio Olímpico de Tóquio, local da cerimônia.
Também por conta disso, as delegações estão restritas, com um número reduzido de atletas. Normalmente, todos os atletas desfilam, carregando a bandeira de seu país. No caso do Brasil, apenas quatro pessoas foram selecionadas.
Os porta-bandeiras Bruno Rezende, do vôlei, e a judoca Ketleyn Quadros serão acompanhados pelo Chefe de Missão, Marco La Porta, e por mais um oficial administrativo.
Mas não é porque não compareceram a arena, que os atletas brasileiros deixaram de fazer a sua parte. O time Brasil hospedado na Vila Olímpica organizou seu próprio desfile, com o uniforme oficial e muita alegria.
É DESFILE ESPECIAL! 🇧🇷
Antes da Cerimônia de Abertura…
O Time Brasil organizou seu próprio desfiles dos atletas na Vila Olímpica.
Que espetáculo! 💚💛#JogosOlimpicos #Tokyo2020
📸 Christian Dawes/COB pic.twitter.com/X2YxCxmoqm
— Time Brasil (@timebrasil) July 23, 2021
Protestos
Porém, nem tudo é festa. Cerca de 50 manifestantes se reuniram em frente ao prédio do Governo Metropolitano de Tóquio, com gritos de “não às Olimpíadas” e “salvando a vida das pessoas”, além de cartazes dizendo “cancele as Olimpíadas”.
Como já é sabido, por conta da pandemia do novo coronavírus, os Jogos não contaram com a presença de público e está sendo realizado um ano após a data planejada.
Vale lembrar que a aglomeração e a chegada de diversas pessoas ao Japão aumentou o número de casos da Covid. Só Tóquio registrou 5.300 novas infecções, a maior taxa em dois meses, mesmo em estado de emergência.
A preparação brasileira
O cronograma seguiu, pela primeira vez na história, o alfabeto japonês Katakana para definir a entrada das delegações.
Isso significa que o Brasil, mesmo iniciado pela letra B, estará na última metade dos países.
Curiosamente, as vogais vêm antes das consoantes e seguem uma ordem diferente, A, i, u, e, o. Dessa forma, o país verde e amarelo foi o 151º a entrar na arena. A Grécia, berço das Olimpíadas, foi a primeira a entrar.
Enquanto não chegava a sua vez, os porta-bandeiras do Brasil, Bruninho e Ketleyn Quadros, seguiam se preparando para o evento. O perfil oficial do time brasileiro no Twitter postou uma foto dos dois já dentro do Estádio Olímpico.
Nossos porta-bandeiras estão prontos para deixar a Vila rumo ao Estádio Olímpico.
Arrebentem, @brunorezende1 e @KetleynQ 🇧🇷🇧🇷
📸 Christian Dawes/COB pic.twitter.com/dwZ1qu5jTy
— Time Brasil (@timebrasil) July 23, 2021
O início
A cerimônia começou com um toque de tecnologia e um contraste da pandemia com a ansiedade pelos jogos.
Enquanto o anúncio dos país sede era mostrado, em 2013, após superar Madri, Espanha, e Istambul, Turquia, Tóquio também foi retratada no ano novo de 2020, em uma praça lotada, e vazia.
A Comissão Organizadora não deixou de retratar a preparação dos atletas. Em uma contagem regressiva, todos os esportes olímpicos foram representados, começando do ano em que estamos, 21.
Curiosamente, o Estádio Olímpico, com sua forma oval, foi retratado como o último número. Com sua apresentação, uma queima de fogos dava início à abertura.
Dentro de campo
Na arena, a atleta japonesa de boxe, Arisa Tsubata, foi a escolhida para representar o difícil caminho até as Olimpíadas, correndo em uma esteira. Para seu esporte, e para Arisa, a preparação foi complicada devido ao cancelamento de seletivas e do pré-olímpico.
“Isolada, mas não sozinha”, ela dividia o palco com diversas outras pessoas, respeitando um distanciamento social, que representavam as adversidades para os jogos.
Apart, but not alone.
With the emergence of COVID-19, many athletes had to train for this moment in isolation. But they were always connected by their hope and shared passion. ❤️#StrongerTogether #OpeningCeremony pic.twitter.com/7teAvhljXe
— Olympics (@Olympics) July 23, 2021
O Imperador japonês, Naruhito, e o presidente do COI, Thomas Bach, foram apresentados nas arquibancadas e fizeram um discurso de abertura dos jogos.
Como não poderia deixar de ser, o Japão relembrou diversos momentos marcantes para o país, assim como os difíceis momentos em que o mundo passou.
Pessoas que trabalharam na pandemia representavam aqueles que salvaram a vida da população local, ao lados de medalhistas olímpicos do país sede, carregaram a bandeira dos asiáticos.
Elas entraram com a bandeira dos asiáticos, além da olímpica, ao som da típica música japonesa.
The Japanese national flag enters the stadium. 🇯🇵 #JPN | #OpeningCeremony | #Tokyo2020 | #StrongerTogether pic.twitter.com/lurGDr7ACf
— Olympics (@Olympics) July 23, 2021
Hasteada as bandeiras, o hino japonês foi interpretado e, logo após, um minuto de silêncio em respeito às vítima da Covid.
À moda japonesa, trazendo toda sua cultura, como vestimentas, arquitetura e música, os esforços dos atletas foi representado.
Neste momento, também, os anéis olímpicos foram apresentados. Na cor dourada, elas foram iluminadas por lanternas, que também está presente na cultura do Japão.
São eles!! 😍 Anéis olímpicos, que lindeza! #CerimoniaDeAbertura #Tokyo2020 #JogosOlimpicos pic.twitter.com/nc76z9eXYB
— Jogos Olímpicos (@JogosOlimpicos) July 23, 2021
Após a apresentação dos anéis olímpicos, foi a vez das estrelas dos Jogos. Foi a hora do desfile das delegações. Como é de praxe, a Grécia, berço das Olimpíadas, foi a primeira a desfilar.
Por tradição, a delegação da #GRE é sempre a primeira no desfile dos atletas. #CerimoniaDeAbertura #Tokyo2020 #JogosOlimpicos pic.twitter.com/iuNVFtduZd
— Jogos Olímpicos (@JogosOlimpicos) July 23, 2021
O tema escolhido para a entrada dos atletas foi a trilha sonora de games e animes famosos desenvolvidos no Japão. Dragon Quest, Kingdom Hearts, Final Fantasy, Pro Evolution Soccer, entre outros, foram escolhidos.
Tão reconhecendo as músicas? 👀🎶 A trilha sonora do desfile é composta por músicas famosas de animes e games japoneses! #CerimoniaDeAbertura #Tokyo2020 #JogosOlimpicos pic.twitter.com/0rn9jDfVEi
— Jogos Olímpicos (@JogosOlimpicos) July 23, 2021
Com o mínimo de pessoas na delegação, quatro, Bruninho e Ketleyn Quadros representaram o Brasil com o uniforme oficial da delegação brasileira. Eles aproveitaram o momento para sambar enquanto seguiam o corredor formado pelos demais países.
E eles sambaram! 🇧🇷
— Time Brasil (@timebrasil) July 23, 2021
O país optou por colocar apenas quatro pessoas para evitar o risco de contaminação de seus atletas.
Fechando o desfile, a delegação japonesa, que levou boa parte de sua delegação ao estádio.
Ao final do desfile, a frase “mais rápido, mais alto, mais forte, juntos” representaram a diversidade, união e inclusão dos atletas, acompanhada por uma grande queima de fogos. Em seguida, foi feito o juramento dos esportistas, com o propósito de praticarem um jogo limpo e justo.
O símbolo das olimpíadas foi apresentado na arena, em meio a uma apresentação teatral. Pouco a pouco, foi se montando a imagem, com uma bandeira que trouxe os arcos olímpicos e “Tóquio 2020”.
O céu da cidade foi, incrivelmente, iluminada com a presença de 1824 drones, que seguiram o sincronismo e formaram, não só a imagem oficial das Olimpíadas, mas, também o planeta terra, com a música “Imagine”, de John Lennon, tocando ao fundo.
Após o show, os discursos oficiais tomam conta do evento. Visivelmente emocionada, a Presidente do Comitê Olímpico Japonês, Seiko Hashimoto, e o Presidente do COI, Thomas Bach, ressaltaram as dificuldades com a pandemia e a superação de todas as pessoas que fizeram com que a realização das Olimpíadas fosse possível.
A palavra final ficou com o imperador japonês Naruhito, que declarou abertos os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.